A proposta do Governo Federal de aumentar de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil a renda mensal máxima das famílias que recorrem ao Minha Casa Minha Vida para adquirir o próprio imóvel deve ajudar a aquecer o mercado imobiliário, principalmente para as construtoras que tem o programa como principal aposta de atuação.
É o caso da MRV Engenharia, atuante junto às faixas 2 e 3 de renda, que variam entre R$ 2,3 mil até R$ 3,6 mil e R$ 3,6 mil até R$ 6,5 mil, respectivamente. Com a medida, os imóveis também terão um teto R$ 25 mil maior.
"Nessa faixa de renda, trata-se de um cliente mais exigente, mas ao mesmo tempo, é um grande estímulo para o mercado. Antes, esse consumidor não tinha acesso a uma série de benefícios e facilidades para adquirir um imóvel, e daqui para frente poderá ter", afirma o diretor da MRV, Yuri Chain.
Leia Também
Em 2017, apostando no déficit habitacional da região, a MRV planeja lançar quatro empreendimentos na Região Metropolitana do Recife, com 1,5 mil unidades ao todo. Dois estão localizados em Jaboatão dos Guararapes, um em Camaragibe e outro em Apipucos, no Recife. Todas as unidades serão financiadas via Minha Casa Minha vida e o valor do investimento não foi informado.
"Estamos focando em trabalhar principalmente na Região Metropolitana e em Caruaru, por seu potencial de cidade desenvolvida. A prioridade é lançar imóveis em locais que abriguam infraestrutura adequada e transporte de fácil acesso", diz. Outras regiões que estavam na mira do mercado imobiliário por sua expectativa de crescimento, como Goiana e São Lourenço da Mata, não são opções de investimento.
De acordo com Chain, enquanto em Goiana o teto para venda dos imóveis é muito baixo, tornando pouco rentável a construção dos imóveis, São Lourenço não se desenvolveu como esperado. "Existe um teto de acordo com a população local. Para Goiana, esse valor é de até R$ 115 mil", diz.
Para manter o mercado atrativo, principalmente em tempos de inadimplência, a aposta é oferecer facilidades. Entre os clientes da MRV, 88% tem renda mista, ou seja, apresentam uma fonte formal de ganhos e outra informal. "Hoje, existe mais dificuldade a provar oferecer vantagens para quem usa o dinheiro do FGTS para comprar o imóvel", explica o diretor da MRV, Yuri Chain.
