Consumo

Empreendedores ganham até R$ 2 mil/mês com sucesso do sacolé gourmet

Sacolé complementa a renda e ajuda em tempos de desemprego, mas Sebrae alerta: a moda é passageira

JC Online
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Publicado em 26/03/2017 às 8:02
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Sacolé complementa a renda e ajuda em tempos de desemprego, mas Sebrae alerta: a moda é passageira - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Delícia da infância que mata o calor e deixa a língua colorida, o sacolé foi atingido pelo raio goumertizador. Agora, pequenas empresas apostam na produção do geladinho com sabores inusitados. Tem de cachaça, vodca, ovomaltine, mousse e até tapioca.
Como a maioria se desenvolve na informalidade, não há como precisar o número de negócios do setor na RMR. Mas o fato é que os sacolés voltaram a fazer sucesso. Para quem vende, os produtos rendem até R$ 2 mil por mês, um alívio em tempos de crise.


A novidade principal na volta do sacolé é a profissionalização das empresas, que estão apostando em eventos como chás de bebês, aniversários e até casamentos para as classes A e B. Muitos empresários também escolhem pontos estratégicos da cidade para vender a guloseima.


Foi no Marco Zero que a empresária Míriam Maria Florêncio, por trás do Sacolé da Flor, viu que o negócio faria sucesso. Desligada da empresa onde trabalhava como auxiliar de administração, ela teve a ideia no ano passado. “Eu saí com 70 sacolés e em uma hora o cooler ficou vazio. Hoje, eu chego a vender até 200 por dia”, comemora. O preço dos produtos varia de R$ 2,50 a R$ 3, e Míriam trabalha apenas com frutas. Por mês, a empresária ganha até R$ 2 mil.


Às vezes, o sacolé também pode fazer parte de um negócio já existente. Os pais de Karolina Almeida tem um restaurante em Santo Amaro, área central do Recife, e ela decidiu fazer os sacolés para servir de sobremesa. “Fez tanto sucesso que virou uma marca própria. Em um ano, compramos um carrinho para transportar encomendas”, diz. O nome do negócio homenageia a mãe de Karol, conhecida como Mana.


Assim como o brownie, a paleta mexicana e os churros, os sacolés gourmet são negócios sazonais. “O consumo não se extingue, mas é substituído por outras modas”, explica o analista empresarial do Sebrae-PE, Victor Abreu. Isso não significa que o empresário não deva apostar suas fichas no geladinho. “O segredo é inovar no produto. Porque apesar do investimento baixo, para oferecer um item de qualidade, é necessária uma logística de produção e armazenamento. E se não houver planejamento, o empresário se perde e acaba no prejuízo”, comenta Abreu.


Quem já está ligada nessa necessidade de inovar é a empresária Ellis Lima, da Sacoletto Sacolés, que trabalha com sabores alcoólicos. “Fizemos o maior sucesso no carnaval de Olinda com cachaça e vodca. Agora, estou estudando sabores com licor e espumante. Em todo comércio existe alta e baixa temporada. Com criatividade, qualidade e preço bom, dá para seguir no mercado.”

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