AGROPECUÁRIA

Saiba mais sobre o gado avermelhado da raça paquistanesa sindi

Um exemplar é Alexander, campeão da 76ª exposição nordestina de animais

Da editoria de economia
Cadastrado por
Da editoria de economia
Publicado em 11/11/2017 às 7:15
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Um exemplar é Alexander, campeão da 76ª exposição nordestina de animais - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Leitura:

Um touro vermelho, com quase mil quilos e grande capacidade de adaptação a regiões castigadas pela seca é um dos destaques da 76ª Exposição de Animais e Produtos Derivados do Cordeiro, que segue até este domingo (12). Alexander é o grande campeão da exposição nordestina da raça sindi, originada do Paquistão. Essa é uma das raças que mais crescem percentualmente no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Sindi (ABCSindi). No Estado, o rebanho já é composto de mil cabeças.

O sindi se destaca pela precocidade tanto para a formação de carcaça (aos 20 meses, já está pronto para o abate) e para o primeiro parto (entre 24 e 26 meses). É um trunfo para produtores da agricultura de subsistência com rebanho pequeno, por causa da dupla aptidão para o corte e a produção de leite. Mesmo na seca, a fêmea não deixa o bezerro sem leite. A característica mais importante é a rusticidade. O gado faz bom aproveitamento até de alimentos de baixa qualidade, como pastagens secas.

O dono do touro, o empresário e pecuarista Marcelo Tavares de Melo, da Fazenda Três Irmãos/Rebanho FTI, aposta na raça em áreas mais secas. “O gado nelore, muito comum no Brasil, tem sentido muito com essa seca. No meu ponto de vista, o sindi é uma raça ideal para o Nordeste. O que a gente percebe é que as regiões estão cada vez mais secas”, comenta. O seu plantel de sindi tem 150 cabeças. Alexander também é grande campeão nacional e o terceiro melhor grande campeão na ExpoZebu. Cada dose do sêmen do animal está sendo vendida por R$ 30 (mais informações pelo telefone 81 99753-5228).

De acordo com o diretor-secretario da ABCSindi, Arthur Targino, o sindi apresentou a capacidade mais eficiente de converter o que consome em leite ou ganho de peso entre as raças zebuínas em testes das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu). “A vantagem é que, quando a pastagem perde qualidade, no período seco, o sindi é a raça de zebu que menos perde peso. Consegue encurtar o ciclo da cria, recria e engorda em um ano”, diz Arthur.

O cruzamento do sindi com outras raças também mostra bons resultados. Com o nelore, por exemplo, o gado em regime de campo, aos 25 meses, atingiu 17 arrobas e rendimento da carcaça de 58% em abates técnicos no Sudeste.

A raça foi introduzida no País em 1952. No Nordeste, um dos precursores foi Pompeu Borba, na Paraíba. “É um gado muito resistente. Meu pai começou a criar em 1981 e o rebanho foi crescendo. Hoje, a procura pelo animal é grande”, comenta o administrador da Fazenda Riacho do Navio, na Paraíba, Álvaro Borba, filho de Pompeu. O plantel tem 900 cabeças de gado.

Para Arthur Targino, é grande o potencial de Pernambuco na criação de sindi. “O Estado tem uma das melhores pecuárias do Nordeste e a raça Sindi entra para somar”, diz.

LEILÃO

Neste sábado, às 12h30, acontece o Leilão Tradição Pernambuco, no qual serão comercializados ovinos e caprinos das raças santa Inês, boer, dorper e anglo-nubiano. Será uma grande oportunidade para os criadores adquirirem exemplares de animais diferenciados como forma de promover o melhoramento genético dos seus rebanhos. Segundo o presidente da Sociedade Nordestina de Criadores (SNC), Emanuel Rocha, há grande expectativa para esse leilão, porque filhotes machos e fêmeas do carneiro FBO bomb vão estar disponíveis.

Últimas notícias