A produção agropecuária deve crescer em média 10% em 2017 no Estado por causa das chuvas que já ocorreram em vários municípios do interior e também pela perspectiva de melhora na economia brasileira, segundo uma estimativa feita pelo presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores (SNC), Emanuel Rocha. A entidade é uma das realizadoras da 76ª Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados que ocorrerá no Parque de Exposição de Animais, no Cordeiro, a partir do próximo sábado (4) até 12 de novembro.
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“Acreditamos na recuperação da economia, mesmo que seja lenta. Isso traz uma expectativa de melhores negócios no evento”, conta Emanuel. Com as chuvas que ocorreram este ano, o rebanho de bovinos do Estado já voltou a crescer e está atualmente em 1,8 milhão de cabeças, enquanto no ano passado estava em 1,6 milhão de cabeças, segundo Emanuel.
Já o rebanho de caprinos saiu de 2,6 milhões de cabeças para 2,7 milhões. E o de ovinos atingiu 2,8 milhões de cabeças, contra os 2,7 milhões do ano passado, segundo informações da Adagro levantadas pela SNC. “O pecuarista se anima quando passa a ver o pasto verde, a água acumulada e a perspectiva para 2018 é de um inverno melhor do que o deste ano”, afirma Emanuel.
Nessa retomada, um dos fatores que contribuem para o aumento da produtividade é a melhora genética. “Ela faz os animais produzirem mais carne ou mais leite com os mesmos custos de ração e água”, revela Emanuel. “A exposição é uma oportunidade para alguns criadores conhecerem outros animais que se destacam por causa da evolução genética. É uma maneira de aumentar o rebanho de uma forma melhor”, revela. Ele diz que, no evento, vários criadores vão vender sêmen de reprodutores (de genética melhorada) parcelado em até 24 meses.
Um dos exemplos da melhoria genética que faz diferença é o carneiro da raça Santa Inês FBObomb cujos filhotes são os mais premiados nas exposições realizadas no Brasil, atualmente. “Ele passa as melhores características para os seus filhotes que apresentam uma maior produtividade da carne mais precocemente. Como o animal pode ser abatido mais cedo, isso faz com que o produtor tenha menos custos”, diz um dos proprietários do animal, o empresário João Carlos Paes Mendonça Tavares de Melo.
PERSPECTIVA
A expectativa dos organizadores é de que o evento gere R$ 30 milhões em negócios, incluindo as vendas a serem realizadas nos estandes, os três leilões de animais, movimento da churrascaria, venda de equipamentos e implementos agrícolas, entre outros. Houve um aumento de 20% na procura por estandes nesta edição, de acordo com Emanuel.
Cerca de 250 criadores devem participar do evento que vai reunir mais de 4 mil animais entre bovinos, equinos, caprinos e ovinos, além de outros de pequeno porte, como peixes ornamentais e coelhos. “É um programa para toda a família e pessoas de todas as idades”, diz Emanuel. A exposição também terá um parque de diversões. A expectativa dos organizadores é receber um público de 200 mil pessoas nos oito dias do evento.
“Também implantamos várias melhorias no parque, como pinturas, recuperação dos banheiros, da parte elétrica, da cozinha da churrascaria, entre outros”, diz o diretor da SNC, Ricardo Lobo. Foram investidos R$ 200 mil nessas melhorias. Na semana passada estavam sendo feitos os últimos retoques na estrutura, como a colocação do telhado nos lugares onde ficam alguns animais. A Exposição é realizada pela SNC em parceria com a Secretaria estadual de Agricultura.
O evento também está mais sustentável. Todo o lixo produzido nesta edição será reciclado. Ele vai ser destinado a uma central de coleta fixa no estacionamento do Parque Professor Antônio Coelho. Depois disso, cada material terá o descarte adequado. A estimativa é de que sejam recolhidas 160 toneladas de resíduos.