EMBARCAÇÕES

Capitania dos Portos recomenda redução do calado do Porto do Recife

Se a redução do calado ocorrer, Porto do Recife pode sofrer prejuízo econômico

Da editoria de economia
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Publicado em 14/12/2018 às 5:06
Foto: Sergio Bernardo/JC Imagem
Se a redução do calado ocorrer, Porto do Recife pode sofrer prejuízo econômico - FOTO: Foto: Sergio Bernardo/JC Imagem
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A Capitania dos Portos em Pernambuco recomendou que o Porto do Recife diminua em 50 centímetros o calado (profundidade mínima disponível para atracação de navios). Em setembro deste ano, o calado já havia sido reduzido em um metro, chegando ao máximo de 9,7 metros. Entidades sindicais da área temem que se isso ocorrer novamente, haverá limitação na atracação de embarcações e prejuízos econômicos. O porto afirma que ainda não fez a redução. Isso será decidido depois de reunião que será realizada na próxima semana com a Capitania dos Portos.

De acordo com o Sindicato dos Operadores Portuários (Sindope), a redução do calado em mais 50 centímetros significa que cada navio terá que transportar 7,5 mil toneladas de cargas a menos

“Vários setores da economia de Pernambuco que importam matérias primas serão prejudicados, como as indústrias cervejeira, de vidro, materiais de limpeza e moinhos de trigo. Também serão afetados os segmentos exportadores, como as usinas de açúcar”, afirma o presidente do Sindope e conselheiro da Federação Nacional do Operadores Portuários (Fenope), Manoel Ferreira. O principal temor é que esses navios, diante das limitações, procurem outros portos.

O problema poderia ser resolvido com uma dragagem, obra que não é realizada há cinco anos. De acordo com o capitão dos Portos de Pernambuco, Maurício Bravo, o porto sofre com a grande quantidade de sedimentos dos rios Capibaribe e Beberibe. “A questão hídrica do Porto do Recife é muito particular, porque temos dois grandes rios que desembocam na bacia interna do porto, tanto o Capibaribe quanto o Beberibe, que tem um nível de sedimento bastante alto”, comenta. Ele ressalta que a decisão de diminuir o calado cabe ao porto, como autoridade portuária. Isso está previsto na Lei dos Portos.

PORTO

“Na próxima semana, vamos fazer reunião para avaliar a situação, as equipes técnicas estão trabalhando em cima dos resultados apresentados. Não há nada definido, ainda está em vigor nosso calado da portaria 146.18. É verdade que para semana, se houver necessidade de acordo com os estudos, vamos baixar. Se isso acontecer, algumas embarcações vão ser restritas. Navios com calados maiores, como os graneleiros podem ter alguma restrição. Cruzeiros não serão afetados”, diz o diretor comercial e operacional do porto, Marco Dubeux.

O calado normal do porto é de 13 metros. Para recuperar este nível, é preciso realizar uma dragagem orçada em R$ 100 milhões. “O porto está preocupado. Desde 2015, trabalhamos incansavelmente para que a dragagem seja realizada. Está tudo feito no poder concedente, a Secretaria Nacional dos Portos, para realizar a licitação da dragagem, que deve durar 60 dias. A gente apela para a área governamental, os empresários, para que seja levado a Brasília e seja logo providenciado”, complementa Dubeux.

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