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RioMar lança programa de empregabilidade para quem tem mais de 55 anos

Objetivo é dar oportunidades para trabalhadores com mais de 55 anos

JC Online
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Publicado em 09/08/2019 às 12:15
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Objetivo é dar oportunidades para trabalhadores com mais de 55 anos - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Os brasileiros com idade acima dos 55 anos representam 68% da população. Foi pensando nas pessoas maduras que o RioMar Recife lançou o programa empregabilidade RioMar 55+. O programa, lançado na última segunda-feira (5),  já recebeu 1.100 currículos. O objetivo desta iniciativa é investir em profissionais maduros que possam acrescentar com o conhecimento que acumularam ao longo do tempo e também trocar experiências com os mais jovens, além de proporcionar a descoberta de novos papéis e oportunidades depois dos 55 anos. 

De acordo com a gestora de gente e hospitalidade do RioMar, Cintia Tereza, o programa fortalece um dos princípios do empreendimento que é acolher a todos com satisfação. “Trabalhamos com a inclusão desde a inauguração, em que a pluralidade se encontra, fomentando uma boa gestão da diversidade e proporcionando impactos significativos e sustentáveis”, afirma Cintia.

A gestora ainda reforça que as contribuições a partir da vivência podem fazer novos pontos de vista e soluções. “Com uma maior inserção de profissionais 55 + no nosso negócio, teremos contribuições significativas a partir de sua história de vida e experiência que aliadas a  outras gerações surgem novos pontos de vistas e soluções que ainda não foram pensadas e como resultado estaremos mais preparados para atender o nosso consumidor maduro movimentando a economia prateada que já é a terceira maior atividade econômica do país”, conclui. 

Um exemplo do que Cintia fala pode ser visto na história de Valdir do Monte Negreiros, carioca, que veio ainda criança para o Recife. Ao se aposentar em uma empresa de transporte, tentou uma vaga de manobrista no RioMar, inaugurado em 2012. Passou no teste e foi efetivado. “Entrei aqui com 65 anos, e hoje, prestes a fazer 71, me mantenho em plena atividade, atendendo aos clientes. Por esforço e qualidade no meu trabalho, tive o reconhecimento e fui promovido a capitão porteiro. Sou muito grato por isso”, contou.

Para Valdir, a experiência faz toda a diferença. “A pessoa com 50, 60 ou 70 anos tem muita experiência e esse fator reflete no tratamento dispensado ao público. Temos muita educação e sabemos ouvir, gerando bem-estar em nós e nos clientes. Eu sou feliz aqui”, revelou. “Não existe velhice. Você tem que procurar o seu melhor. Enquanto o sangue pulsa nas veias, existe vida para ser vivida”, compartilhou seu Valdir.

Inscrições

Para se inscrever no programa, é preciso ter a partir de 55 anos e com disponibilidade de carga horária de 44 horas semanais, além de residir na Região Metropolitana do Recife. É só acessar o site https://vivariomarrecife.com.br/riomar55mais/.

Mais de 37 milhões de brasileiros 

O número de trabalhadores brasileiros na faixa etária de 40 a 59 anos é superior a 37 milhões, de acordo com a pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre deste ano. Esta quantidade tende a crescer por consequência da reforma da previdência. O portal do governo brasileiro registra que para garantir suas aposentadorias, trabalhadores vão precisar atingir a idade de 65 anos, sendo homens e 62 anos caso sejam mulheres. 

Outra forma de adquirir o benefício é através do tempo de contribuição. Os profissionais vão ter acesso à aposentadoria se contribuir durante 20 anos, caso atuem em iniciativa privada; e 25 anos para os servidores públicos. Diferentemente da antiga regulamentação que possuía idade mínima de contribuição igual à 15 anos. 

A tendência de aumento na quantidade de profissionais não é compatível com o número de colaboradores mais velhos, em atividade no mercado de trabalho. Cada vez mais as empresas estão requerendo agilidade e força de trabalho dos colaboradores, principalmente nos setores mais operacionais, e trabalhadores na faixa etária de 50 anos, ultimamente, não estão correspondendo a estas exigências das empresas. 

O dono da Proservi (empresa de serviços de limpeza), Rodrigo Barros, explica que para a corporação é muito difícil contratar profissionais com idades mais avançadas, pois a maioria dos funcionários são para serviços operacionais, que necessitam de agilidade e vigor, para efetuar as atividades. “Profissionais com mais de 50 anos, em sua grande maioria, não tem o mesmo rendimento que os mais jovens”, afirma Rodrigo.

As dificuldades para arcar com as características exigidas pelo mercado, tem desanimado colaboradores mais velhos em seleções de emprego. De acordo com o especialista em Recursos Humanos da empresa Soar de Consultoria, Allan Lopes, os funcionários acima de 40 anos durante dinâmicas de grupo costumam se sentir acuados por serem minoria nas seleções, e por causa disso preferem não se expôr.

O que Allan tem percebido nos exercícios de avaliação, é que este grupo de profissionais enquadrados na faixa etária de 40 a 50 anos, por acreditarem que dificilmente serão contratados, “já entram nas seleções sem energia e desacreditados”, explica o especialista. “Essa falta de energia é perceptível para quem está avaliando. E consequentemente, estes profissionais perdem as vagas, não por causa de suas idades, mas por não assumirem posturas de confiança em suas apresentações” completa Lopes.

As empresas não possuem as idades dos candidatos como critério de contratação, o que é mais levado em consideração é o desempenho do profissional. “Captamos profissionais, independente de suas idades, e observamos qual deles melhor se adapta a função”, explica Rodrigo. “Muitos trabalhadores mais velhos ganham seus cargos por conta de sua determinação e organização. Alguns profissionais mais jovens possuem perda no rendimento por conta de distrações em celulares e coisas do tipo. Diferente dos candidatos mais velhos, eles são mais focados”, acrescenta.

Mesmo com toda dificuldade que idade trás consigo, ainda é possível ser prestativo, motivado e organizado. Exemplo disto é a auxiliar de escritório, Dulcenéa Menezes, de 95 anos. Mesmo após sua aposentadoria optou por continuar suas atividades, e hoje possui 70 anos de dedicação, pontualidade e força de vontade em seu ofício. “Comecei a trabalhar em primeiro de dezembro de 1944, para ocupar o lugar de uma prima minha. Na época em que eu comecei a trabalhar no local a firma era exportadora de milho café e Mamona, posteriormente a empresa mudou de ramo e foi para peças de automóveis, e quando o dono ficou idoso vendeu a empresa. Pude acompanhar todo esse processo” conta Dulcenéa.

“Me aposentei em primeiro de janeiro de 1975, por tempo de serviço, mas não quis deixar meu trabalho. Se eu optasse por parar não iria ter o que fazer em casa”, afirma a aposentada aos risos.

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