Um dia dedicado ao mangue com direito a exposição de uma Caranguejo-Uçá gigante. Assim foi o Mangue Day, promovido pelo RioMar Recife, em homenagem ao Dia Internacional de Proteção ao Manguezal. Nesta quinta, palestras e apresentações culturais preencheram a programação. As atividades continuam nesta sexta-feira (26), com o Jogando Limpo com o Mangue, mutirão de limpeza com ajuda de pescadores e moradores das comunidades vizinhas.
A importância dos manguezais para o meio ambiente e para a cidade do Recife norteou os painéis, apresentados em uma das salas do Cinemark. Com auditório lotado, convidados discutiram sobre preservação e utilização do mangue no turismo sustentável.
Segundo o professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE), Clemente Coelho Júnior, o Recife tem em torno de 500 hectares de mangue, que precisam ser preservados devido a sua contribuição para o meio ambiente. “A partir de 2005 a ONU começou a discutir os ecossistemas como um todo. O manguezal, por sua vez, presta muitos serviços ecossistêmicos. Um deles é por ser um berçário de espécie, inclusive de importância econômica, em uma cidade em que boa parte da população vive da pesca. Também tem o fato de ser um grande filtro biológico e aprisionar o carbono. Outro ponto que eu destaco, apesar de não ser comentado, é que ele aindas retém lixo. Isso é péssimo para as árvores e os animais, mas facilita em momentos de coleta de lixo, como o que teremos nesta sexta”, pontua.
Também participaram dos painéis o professor Antônio Carlos Pavão, diretor do Espaço Ciência, a gerente de Unidades Protegidas da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Smas), Maíra Braga e a coordenadora de projetos socioambientais da Associação Peixe Boi – AL, Eduarda Nascimento.
Além de despertar para o cuidado com os manguezais, o evento fomentou a discussão acerca do estímulo para a vivência desse ecossistema tão presente na vida dos recifenses. “O mangue para nós é mais que um ecossistema, faz parte da cultura do Recife. O que queremos é a inclusão dele no dia a dia das pessoas, queremos que haja a vivência do Recife a partir das perspectiva do mangue e dos rios. Para isso temos algumas opções como os passeios de catamarã, as áreas de lazer do Parque Capibaribe e também o turismo a partir das próprias comunidades ribeirinhas, que vivem essa realidade e são bastante atuantes no processo de educação para a preservação”, comenta a gerente de Unidades Protegidas da Smas, Maíra Braga.
Ao final das palestras, o grupo Balé Deveras se apresentou no Piso L3, em frente à varanda. Lá, foi exposta uma peça de um Caranguejo-Uçá gigante, com intervenções do artista plástico Antonio Paes.
Programação
Nesta sexta-feira (26), quando é comemorado oficialmente o Dia Internacional de Proteção ao Manguezal, o Teatro RioMar recebe a peça “Era uma vez na Terra: Preservando o Mangue”, a partir das 16h. As entradas do espetáculo custam R$ 20 inteira e R$ 10 meia. O valor será revertido para o Centro Escola Mangue, que fica na Brasília Teimosa, Zona Sul do Recife.
As celebrações serão encerradas com um mutirão de limpeza do manguezal ao redor do RioMar. Estudantes, moradores e pescadores já confirmaram presença na sexta edição do Jogando Limpo com o Mangue. A concentração está marcada para 15h na parada de ônibus do RioMar, próximo ao estacionamento externo do shopping.