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Fifa entrega à Justiça relatório de investigação da Copa de 2014

As investigações da Fifa começaram em 2015 e tem como objetivo mostra à Justiça que a entidade não é uma organização criminosa

Da AE
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Publicado em 31/03/2017 às 8:42
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As investigações da Fifa começaram em 2015 e tem como objetivo mostra à Justiça que a entidade não é uma organização criminosa - FOTO: Divulgação
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Num esforço para demonstrar que é vítima de dirigentes mal-intencionados, e não uma organização criminosa, a Fifa entregou à Justiça dos Estados Unidos e da Suíça o resultado de quase dois anos de investigações internas, incluindo detalhes sobre a Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, e o papel de ex-dirigentes esportivos do País. O esforço foi lançado depois que, em maio de 2015, cartolas da entidade foram presos e tribunais norte-americanos passaram a avaliar o papel da Fifa em uma corrupção global.

Para sobreviver, a Fifa foi obrigada a iniciar sua própria investigação, liderada pelo escritório de advocacia americano Quinn Emanuel, com um custo mensal de mais de US$ 1 milhão. A meta era mostrar a procuradores dos EUA e da Suíça que a entidade havia sido vítima de dirigentes que cometeram fraude, entre eles Joseph Blatter e Jérôme Valcke.

SIGILO

Oficialmente, membros da Fifa indicaram que os documentos precisam ser mantidos em sigilo e que farão parte dos processos legais em Nova York. Num total, 20 mil peças de evidências foram repassadas aos procuradores, além de um resumo com 1,3 mil páginas. Os documentos servem para mostrar aos procuradores que a entidade quer hoje cooperar e que estaria disposta a entregar todos os detalhes sobre o que ocorreu durante anos dentro da organização.

Fontes que acompanharam o caso confirmaram ao Estado que a relação da Fifa com os organizadores da Copa de 2014 está dentro do pacote entregue à Justiça. Uma das evidências mostra que Joseph Blatter e seus dois principais assistentes, entre eles Valcke, tinham contratos para receber quase R$ 100 milhões em prêmios e bônus pela realização do Mundial, há três anos. A suspeita é de os pagamentos sejam ilegais e que possam se configurar como propinas.

No total, o que a Fifa deu para Blatter, Valcke e Markus Kattner (vice-secretário-geral) chegou a US$ 80 milhões (cerca de R$ 284 milhões) em apenas cinco anos em salários e prêmios. Os pagamentos geraram suspeitas depois que os contratos revelaram que o dinheiro foi garantido ainda em 2010 e previa que os valores seriam distribuídos até 2019, mesmo que Blatter, Valcke e Kattner fossem demitidos por justa causa de seus cargos.

Blatter tinha contratos de US$ 12 milhões por sua contribuição para realizar a Copa no Brasil em 2014. Valcke, que chegou a sugerir que o Brasil recebesse um "chute no traseiro", recebeu mais US$ 10 milhões, contra US$ 2 milhões para Kattner. A mais rica Copa da história foi realizada com dinheiro público para a construção da maior parte dos estádios. Mas gerou uma renda recorde para a Fifa de US$ 5,7 bilhões.

 

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