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Estudo considera que cientista das células STAP usou tecido embrionário

Obokata afirmava ter elaborado um método químico para a criação de tecidos

Da AFP
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Publicado em 26/12/2014 às 9:49
Foto: JIJI PRESS / AFP
Obokata afirmava ter elaborado um método químico para a criação de tecidos - FOTO: Foto: JIJI PRESS / AFP
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Um comitê que analisou o método da cientista japonesa que anunciou ter a capacidade de criar células em um estado similar ao embrionário, denominadas STAP, concluiu que ela teria introduzido células embrionárias, sem que se saiba se fez isto de propósito ou por engano.

"A partir do que conseguimos verificar, é muito provável que todas as células apresentadas como STAP tenham vindo de tecidos embrionários, introduzidos em uma fase ou outra do processo", afirma o comitê criado para investigar o trabalho que Haruko Obokata publicou na revista Nature. 

Obokata afirmava ter elaborado um método químico para a criação de tecidos que apresentavam supostamente um estágio de desenvolvimento similar ao embrionário, o que significaria uma conquista excepcional para a medicina regenerativa, pois permitiria recriar partes de órgãos ou de tecidos afetados por doenças ou em acidentes.

A publicação do estudo se tornou manchete no Japão, onde a cientista de 30 anos, que estudou em Harvard, virou um fenômeno. A imprensa acabou seduzida por suas excentricidades, como a insistência em utilizar um avental de dona de casa no laboratório, ao invés da tradicional roupa branca.

Mas os testes não conseguiram reproduzir o método divulgado pela cientista japonesa, o que provocou uma grande polêmica e levou o laboratório estatal Riken a anunciar o fim dos testes na semana passada. 

No entanto, o estudo de controle considerou que não é possível determinar se a mistura de tecidos foi realizada de propósito ou por engano, afirmou o diretor da equipe de investigação, Isao Katsura, diretor do Instituto Nacional de Genética.

"Haruko Obokata nega absolutamente ter introduzido células do tipo embrionário nos experimentos", disse Katsura.

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