Grécia

Após calote, premiê grego mantém plebiscito e pede voto contra credores

O pronunciamento do primeiro-ministro ocorreu pouco antes de uma reunião da zona do euro para discutir um novo pedido de socorro financeiro por parte do governo grego

Da Folhapress
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Publicado em 01/07/2015 às 15:08
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O pronunciamento do primeiro-ministro ocorreu pouco antes de uma reunião da zona do euro para discutir um novo pedido de socorro financeiro por parte do governo grego - FOTO: Foto: LOUISA GOULIAMAKI/ AFP
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Na primeira manifestação após o calote no FMI (Fundo Monetário Internacional), o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipas, confirmou o plebiscito no domingo (5) e reafirmou seu desejo para que os gregos votem "não", ou seja, contra a negociação com os credores.

"O 'não' não é um slogan, mas um passo decisivo em direção a um acordo melhor. Não significa romper com a Europa, mas devolver a ela seus valores", afirmou o premiê, em pronunciamento na televisão.

"O plebiscito não é sobre deixar ou não a zona do euro", ressaltou. Ele reafirmou que os depósitos bancários estão garantidos em meio ao fechamento dos bancos determinado por seu governo há dois dias. Afirmou que os gregos não perderão seus recursos por causa de "chantagem" (dos credores).

Tsipras disse estar "ciente" das dificuldades, lamentou as longas filas em bancos, mas prometeu que são "temporárias".

O pronunciamento do primeiro-ministro ocorreu pouco antes de uma reunião da zona do euro para discutir um novo pedido de socorro financeiro por parte do governo grego. No pronunciamento, Tsipras afirmou que "propostas melhores" foram feitas depois que ele decidiu, no fim de semana, convocar a consulta pública.

Em uma carta enviada ao bloco, o governo da Grécia recuou e agora diz estar "preparado para aceitar" medidas exigidas por credores.

Tsipras disse que aceita algumas das condições impostas na semana passada, quando ainda se negociava a suspensão da dívida com o FMI e a prorrogação de um empréstimo vencido nesta quarta. O novo resgate seria de 30 bilhões de euros.

O premiê fez, no entanto, algumas reivindicações, como manter o desconto de imposto de 30% para as ilhas do país e aplicar somente a partir de outubro (e não julho) as novas regras previdenciárias, como a que limita a aposentadoria a 67 anos a partir de 2022 -dois pontos, no entanto, dos quais os credores não queriam abrir mão.

Líderes europeus, como a chanceler alemã Angela Merkel, têm pressionado o grupo a esperar o plebiscito, na aposta de que os gregos votarão a favor de um acordo, enfraquecendo o premiê.

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