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Ao menos nove supostos membros do grupo Estado Islâmico (EI) e dois policiais morreram nesta segunda-feira (26) em um tiroteio em Diyarbakir (sudoeste), o incidente mais grave em solo turco desde que o governo de Ancara se uniu no ano passado à coalizão contra os jihadistas.
O tiroteio ocorreu de madrugada, quando unidades da polícia antiterrorista tomaram de assalto várias casas do centro desta grande cidade turca de maioria curda buscando jihadistas.
O incidente ocorre a menos de uma semana das legislativas antecipadas de 1º de novembro e duas semanas depois do duplo atentado suicida de 10 de outubro atribuído ao EI que deixou 102 mortos em Ancara, no âmbito do aumento dos confrontos entre forças de segurança turcas e rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Segundo um responsável dos serviços de segurança locais, os jihadistas começaram a disparar quando as forças de segurança entraram nas casas onde se refugiavam.
Dois policiais morreram na explosão de bombas colocadas perto de duas das casas que foram cercadas e outros quatro ficaram feridos em um tiroteio que durou ao menos duas horas, indicou a agência pró-governamental Anatolia.
Também morreram sete supostos membros do EI, disse à AFP um responsável dos serviços de segurança que não quis se identificar.
A polícia também deteve três pessoas durante a operação, segundo a mesma fonte.
Durante a manhã técnicos em explosivos seguiam vasculhando o bairro para buscar possíveis bombas, indicou um jornalista da AFP no local.
As autoridades turcas consideram o Estado Islâmico como o principal suspeito do duplo atentado suicida que deixou 102 mortos e mais de 500 feridos na estação central de trens de Ancara, em meio a uma multidão de militantes de esquerda e favoráveis à causa curda que iam se manifestar contra a retomada do conflito.
Trégua rompida
No dia 20 de julho houve um ataque suicida similar, também atribuído ao EI, em Suruç, na fronteira com a Síria, no qual 34 ativistas pró-curdos morreram.
Após o atentado, o PKK decidiu retomar sua campanha de violência contra a polícia e os soldados turcos e acusou o governo islamita-conservador de não proteger a população curda da Turquia.
Os atentados e os bombardeios em represália das autoridades turcas romperam definitivamente o processo de paz que havia começado em 2012 neste conflito que já dura desde 1984.
As autoridades turcas foram acusadas de indulgência com os movimentos mais radicais que lutam contra o regime sírio, seu principal inimigo.
Quatro dias depois do atentado de Suruç e após um incidente na fronteira entre soldados e jihadistas, as autoridades turcas atacaram pela primeira vez posições do EI na Síria. Desde então a Turquia forma parte oficialmente da coalizão antijihadista liderada pelos Estados Unidos.