SAÚDE

Médicos usam ultrassom e reanimam cérebro de homem em coma

O homem foi a primeira pessoa do mundo a usar a técnica não-invasiva

JC Online
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Publicado em 08/09/2016 às 17:46
Foto: Ucla Health
O homem foi a primeira pessoa do mundo a usar a técnica não-invasiva - FOTO: Foto: Ucla Health
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Um estudo publicado na edição recente da revista Brain Stimulation revela que um homem de 25 anos, que estada em coma, passou por um incrível progresso após iniciar um novo tratamento de reanimação cerebral com ultrassom.

O homem foi a primeira pessoa do mundo a usar a técnica não-invasiva, que utiliza de pulsações de baixa intensidade para agitar neurônios e ajuda a minimizar a espera por uma reação do paciente em coma. O tálamo (parte do cérebro responsável pelas funções como regulação de consciência, sono e estado de alerta) recebe as ondas sonoras que “despertam” o paciente.

O ultrassom também evita os chamados distúrbios de consciência, como o estado vegetativo ou estado minimamente consciente, podendo causar graves danos cerebrais, explica o professor de psicologia e neurologia da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), Martin Monti, que também está envolvido no projeto.

Um recuperação total de um coma pode demorar muito tempo, mesmo quando não há esses distúrbios. Por essa razão, o tratamento foi recebido com entusiasmo pelos pesquisadores.

Como funciona

Durante dez vezes em um período de dez minutos, é colocado ao lado da cabeça do paciente durante 30 segundo, um dispositivo do tamanho de um pires, que gera pequenas esferas de energia acústica.

Antes do procedimento, o paciente tinha apenas sinais mínimos de consciência e compreensão de fala. Ele conseguia, por exemplo, ter leves e limitados movimentos quando os médicos estimulavam.

Após três dias de tratamento, o homem recuperou plena consciência e tinha compreensão completa da linguagem. O paciente já conseguia se comunicar balançando a cabeça fazendo o sinal de “sim” ou “não”, e até acenar aos médicos para dar tchau.

Monti diz que para conseguir um efeito desta dimensão, só seria possível com um procedimento cirúrgico arriscado conhecido como estimulação cerebral profunda, em que os eletrodos são implantados diretamente dentro do tálamo.

A novidade se mostra revolucionária, mas que ainda é necessário se aprofundar nas pesquisas. “É possível que nós tenhamos tido muita sorte e que calhou que este paciente estivesse se recuperando espontaneamente. Por isso outros estudos serão enriquecedores”, afirma o professor.

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