COLOMBIA

UE mantém suspensão das Farc de lista de grupos terroristas

Na prática, as Farc continuarão na lista da UE, mas as medidas restritivas (impostas à guerrilha) deixarão de ser aplicadas

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Publicado em 03/10/2016 às 9:16
Foto: GUILLERMO LEGARIA / AFP
Na prática, as Farc continuarão na lista da UE, mas as medidas restritivas (impostas à guerrilha) deixarão de ser aplicadas - FOTO: Foto: GUILLERMO LEGARIA / AFP
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A União Europeia (UE) manterá a suspensão da guerrilha das Farc de sua lista de organizações terroristas, ao considerar que esta decisão era independente do resultado final do referendo sobre o acordo de paz na Colômbia, anunciaram nesta segunda-feira (3) fontes europeias.

"De um ponto de vista jurídico, a decisão do Conselho de suspender as sanções contra as Farc não é afetada" pelo resultado do referendo, afirmaram à AFP estas fontes, horas após os colombianos votarem contra o acordo assinado entre Bogotá e a guerrilha marxista.

O Conselho da União Europeia, que representa os 28 países do bloco, decidiu na última segunda-feira suspender durante seis meses a guerrilha de sua lista de grupos terroristas, uma medida que entrou em vigor depois que o governo colombiano e as Farc assinaram o acordo de paz.

Na prática, "as Farc continuarão na lista da UE (...), mas as medidas restritivas (impostas à guerrilha) deixarão de ser aplicadas", concretamente o congelamento de ativos e a proibição de receber fundos, havia declarado à AFP na época uma autoridade europeia.

Para surpresa geral, 50,21% dos colombianos rejeitaram no domingo em um referendo o acordo de paz concluído com a guerrilha das Farc que buscava encerrar um dos conflitos mais velhos do mundo.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o chefe máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño ("Timochenko"), haviam assinado o acordo no dia 26 de setembro, negociado sob o patrocínio de Noruega e Cuba.

Santos havia convocado o referendo para legitimar o acordo por voto popular.

Pacto

O pacto com as Farc, de 297 páginas, buscava terminar com o principal e mais antigo conflito armado da Colômbia, um complexo entramado de violência entre guerrilhas, paramilitares e agentes estatais, com um saldo de 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados desde seu início, em 1964.

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