ACIDENTE AÉREO

Laudo do IML aponta politraumatismo como causa da morte de Teori

O velório do magistrado será realizado no plenário do Tribunal Regional Federal, em Porto Alegre

JC Online
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Publicado em 20/01/2017 às 23:12
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O velório do magistrado será realizado no plenário do Tribunal Regional Federal, em Porto Alegre - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O relator da Lava Jato e Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, morreu de politraumatismo - múltiplas lesões pelo corpo - e não por afogamento, segundo laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

O magistrado estava no avião bimotor com destino a Paraty que caiu próximo à Ilha Rasa, a 4 km de distância da cabeceira da pista do aeroporto da cidade fluminense, por volta das 13h45. Além dele, outras quatro pessoas também faleceram no acidente

O velório será realizado no plenário do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), às 11 horas deste sábado (21). 

"Embora ele tenha nascido em Santa Catarina, veio cedo para Porto Alegre, cidade do coração, e quando ele se aposentasse, ele tinha essa pretensão de voltar a morar aqui. Os filhos e boa parte da família estão aqui", esclareceu Francisco Zavascki, filho do ministro. Ele e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, receberão o corpo do ministro na cidade gaúcha.

O corpo das outras vítimas deve ser liberado até sábado (21). O piloto do avião, Osmar Rodrigues, será enterrado na cidade paranaense de Guaraci. As duas mulheres presentes na aeronave, Maira Ilda, 23 anos, que era massoterapeuta, e sua mãe Maria Ilda, 55 anos, professora da rede infantil de ensino, serão sepultadas na cidade de Juína, no Mato Grosso. Testemunhas que ajudaram no resgate afirmam que Maíra Ilda chegou a gritar por socorro, mas os bombeiros não conseguiram resgatá-la com vida, já que a maior parte do avião, cerca de 80%, ficou submersa.

O corpo do empresário Carlos Alberto Fligueiras, proprietário do bimotor, será levado para São Paulo, mas ainda não há informações sobre o local do velório e enterro. 

 

Acidente

O Avião King Air C90GT levando o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, e mais quatro pessoas caiu na última quinta-feira (20) no litoral sul do Rio de Janeiro. A aeronave partiu às 13h01 do aeroporto do Campo de Marte, em São Paulo, com destino ao aeroporto de Paraty, trajeto de menos de uma hora. O alerta da queda foi emitido aos bombeiros  às 14h15. 

 

Biografia

Teori Albino Zavascki é ministro do Supremo Tribunal Federal desde 29 de novembro de 2012 e foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff. O magistrado também já foi ministro do Superior Tribunal de Justiça de 2003 a 2012, indicado por Fernando Henrique Cardoso e nomeado pelo então presidente Lula. 

Zavascki é catarinense de Faxinal dos Guedes, tem 64 anos e integra o Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 2003. Aprovado em concurso de juiz federal para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em 1979, chegou a ser nomeado, mas não tomou posse. Advogado do Banco Central de 1976 até 1989, chegou à magistratura quando foi indicado para a vaga destinada à advocacia no TRF4.

O ministro é conhecido pela minúcia em questões processuais. "O Judiciário se justifica pela fundamentação de suas decisões. O juiz, que não é eleito, se justifica pela vinculação à lei", afirmou. 

Gravador

O gravador de voz encontrado nos destroços do bimotor da Hawker Beechcraft, que caiu em Paraty, está em bom estado, sem sinais de danificação. A informação foi confirmada à reportagem pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea que investiga aqueda do avião.

Segundo agentes do Cenipa, o equipamento segue nesta tarde de Paraty para a cidade do Rio deJaneiro e, amanhã, deverá ser encaminhado para Brasília, onde seu conteúdo será analisado.

 

Investigações

O advogado Francisco Prehn Zavascki, filho do ministro Teori Zavascki, que morreu nessa quinta-feira (19), em Paraty (RJ), cobrou uma investigação da morte do pai e disse que nenhuma possibilidade está descartada. "É preciso investigar a fundo e saber se foi acidente ou não, que a verdade venha à tona seja ela qual for", afirmou à Rádio Estadão.

Francisco disse que a família está em contato com autoridades para acompanhar os desdobramentos das investigações. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) já comunicaram que abriram processos para apurar as causas do acidente. "Ainda não parei para pensar, não deu tempo para pensar com mais calma nisso, mas não podemos descartar qualquer possibilidade. No meu íntimo, eu torço para que tenha sido um acidente, seria muito ruim para o País ter um ministro do Supremo assassinado", disse.

 

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