CAVALETES

Adversários acusam demagogia no ato de retiradada de cavaletes de Geraldo

Um misto de ironias e acusações de demagogia define a reação de Humberto Costa (PT), Mendonça (DEM) e Daniel Coelho (PSDB) à decisão de Geraldo Julio (PSB)

Ana Lúcia Andrade
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Ana Lúcia Andrade
Publicado em 06/09/2012 às 7:49
Foto: Andréa Rego Barros/Divulgação
Um misto de ironias e acusações de demagogia define a reação de Humberto Costa (PT), Mendonça (DEM) e Daniel Coelho (PSDB) à decisão de Geraldo Julio (PSB) - FOTO: Foto: Andréa Rego Barros/Divulgação
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Não poderia ser diferente. Os principais adversários do candidato a prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), uniram-se e reprovaram sua iniciativa de só agora resolver desobstruir as calçadas dos cavaletes de campanha, a 30 dias da eleição. Numa avaliação que mistura ironia com acusação de demagogia, os candidatos Humberto Costa (PT), Mendonça Filho (DEM) e Daniel Coelho (PSDB) dificilmente o acompanharão na medida. Alguns argumentos fazem sentido. Esses últimos dias de campanha se concentram basicamente em caminhadas e no programa eleitoral gratuito. Mas é no palanque eletrônico onde a disputa é decidida na avaliação dos estrategistas dos candidatos. Obedecendo essa lógica, o candidato Mendonça, por exemplo, tem toda razão em avaliar com muito cuidado a decisão de limpar as ruas dos cavaletes.

"“Tenho de levar em consideração que nossa campanha tem dois minutos e 18 segundos de televisão! A de Geraldo tem mais de 12 minutos. Se eu simplesmente tiro as placas das ruas, como o eleitor saberá que sou candidato com apenas quatro inserções ao dia? Não é uma coisa simples”", ponderou Mendonça.

O democrata endossou o discurso do tucano Daniel Coelho, que resumiu em “pura demagogia e oportunismo” a iniciativa do adversário do PSB. “"Não sejamos ingênuo em acreditar que com mais de 60 dias de campanha, só agora ele descobriu que o cavalete polui a cidade?!”", questionou Mendonça.

Daniel emendou: “"Ele sozinho tinha mais placas do que todos os candidatos juntos. Isso é muito comum na política. Criar a dificuldade para depois criar a solução. Oportunismo, demagogia pura!”"

Oponente direto do candidato socialista, Humberto Costa também viu na iniciativa de Geraldo Julio de retirada dos cavaletes uma atitude demagógica, principalmente porque parte de um candidato que, segundo ele, “inundou a cidade de amarelo desde o primeiro dia de campanha numa clara demonstração do seu poderio econômico”. O petista avisou que continuará com suas placas na rua “dentro do permitido pela lei”.

De fato, para o candidato do PSB, Geraldo Julio, abrir mão de um recurso de propaganda eleitoral como os cavaletes não é uma medida que incorre em danos a sua campanha. Além da enorme exposição na mídia eletrônica com o guia eleitoral, Geraldo entrou numa fase da sucessão de investir em caminhadas constantes na companhia do seu patrono político, o governador Eduardo Campos.

E mais: as placas móveis que amarelaram a cidade numa dimensão tal, dando a impressão de que só “havia um candidato em disputa no Recife”, cumpriram com a tarefa de tirar o técnico Geraldo dos gabinetes do governo do Estado e levar o político Geraldo a botar a cara nas ruas. Missão cumprida, a iniciativa só tende a agregar mais um conceito positivo à imagem do candidato socialista. Isso, claro, se os eleitores não forem convencidos pelo discurso das oposições.

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