Agreste

Conheça Álvaro Liso, o funcionário público que se tornou prefeito em Tacaimbó

Álvaro Liso (PT) recebia um salário mínimo e, a partir de janeiro, receberá R$ 10 mil mensais

Edson Mota
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Edson Mota
Publicado em 19/10/2016 às 10:16
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Álvaro Liso (PT) recebia um salário mínimo e, a partir de janeiro, receberá R$ 10 mil mensais - FOTO: Foto: TRE/Divulgação
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A 170 quilômetros do Recife, a cidade de Tacaimbó, no Agreste pernambucano, a eleição deste ano proporcionou que um servidor municipal, que recebia um salário mínimo, alçasse voos mais altos e chegasse à Prefeitura da cidade. Com um apelido peculiar, Álvaro "Liso" (PT) tornou-se, segundo o próprio, o candidato mais votado da história da pequena cidade agrestina, com 4594 votos (57,79%).

Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta quarta-feira (19), Álvaro Liso disse que trabalha como agente administrativo em Tacaimbó e recebia R$ 880 por mês. Recebia. Aos 38 anos, Álvaro Liso deve saltar para R$ 10 mil ou até mais. "Teve um aumento salarial, mas não sei informar exatamente o valor", explica o petista.

Segundo ele, cerca de R$ 30, 40 mil reais foram gastos durante a campanha. No site do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, as despesas chegam a quase R$ 28 mil. "Alguns amigos doaram carros de som durante a campanha, além de outros serviços para a militância", fala.

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Talvez algumas pessoas se ofendam em ser chamado de "Liso" pela população. Mas não ele. "Quando a gente cai no imaginário popular, é meio complicado. Mas o apelido não me ofende, de forma alguma", garante.

 

ADMINISTRAÇÃO

Álvaro Liso aproveitou o ensejo para explicar o que será feito na cidade agrestina a partir do ano que vem. De um modo bastante familiar. "Pretendo implantar no município o que eu faço em casa: vivendo com uma parte, negociando com os credores uma outra parte e guardando o resto para o futuro", frisa.

"Tenho ciência das dificuldades que vou enfrentar no município. Mas também sei que, fazendo alguns cortes e reajustando a máquina, conseguiremos fazer um bom trabalho. Temos que trazer de volta à população os serviços básicos, como saúde e educação", disse o novo prefeito, que também mostrou preocupação com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "O cenário atual não é bom. A folha de pagamento tá um pouco acima do limite máximo permitido. Estamos em 54,39% hoje", afirma.

A parte do Legislativo também se torna uma questão à parte para o mais novo prefeito. Uma cidade com uma população estimada de 12.872 moradores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não possui muitos vereadores, é verdade. Lá são apenas nove. O desafio é trazer os edis para próximo do Executivo. "Nossa chapa conseguiu fazer três vereadores, mas estamos dialogando com alguns da ex-prefeita Sandra Aragão (PSD) (que renunciou da disputa) para virem para o nosso lado", fala.

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