![Foto: Guga Matos/JC Imagem](https://jconlineimagem.ne10.uol.com.br/imagem/galeria/2014/10/31/3808_avulsa/normal/940d71772d450302c32285a50184fa9e.jpg)
Muay thai. Você pode nem conhecer esta arte marcial que veio lá da Tailândia, mas saiba que ela está mais perto do que imagina: em alguma academia do Recife, sendo praticada provavelmente por mulheres. O boxe tailandês, como também é conhecido, caiu de vez no gosto feminino pela versatilidade, agilidade e, claro, a tentadora possibilidade de perder até mil calorias por aula.
A “arte das 8 armas” é assim chamada no seu país de origem por utilizar como ataque a combinação dos 2 punhos, 2 cotovelos, 2 joelhos e 2 ‘canelas e pés’. Nesta matemática se somam os músculos trabalhados para multiplicar os benefícios para o corpo. Uma conta que muito interessa às mulheres que sempre querem diminuir na hora da balança. Outra operação – a divisão – diz respeito às turmas, que já são 80% formadas pelo público feminino em algumas academias.
O professor Daniel Cipó, que ensina a modalidade há 9 anos, explica a razão de tamanha procura. “As mulheres acharam no muay thai um exercício completo, que trabalha harmonicamente membros inferiores e superiores, exigindo todos os músculos do corpo. Nós levamos os golpes utilizados nos ringues para as academias com foco no condicionamento físico e se chega a uma queima de calorias gigante porque exigimos muito das alunas”, disse.
Será? Fomos conferir então. No início, o treino é bem parecido com o de outras modalidades quanto ao alongamento. Já no aquecimento começam as diferenças principalmente quanto à intensidade. São realizadas inúmeras e longas sessões de abdominais, flexões e agachamentos, alternados com simulações de socos, cotoveladas, chutes, joelhadas e de domínio do adversário (clinch). Isso durante mais de uma hora sob o olhar atento do professor que chama a atenção a qualquer sinal de corpo mole. Depois, elas colocam as luvas e caneleiras para mais de meia hora de prática de luta em duplas. Para finalizar, mais alongamentos e exercícios. De fato, o suor exibido na saída é compatível com o gasto calórico.
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Que o diga a administradora Luana Falcão de 27 anos. Pesando 73 quilos, ela decidiu começar no muay thai em fevereiro deste ano, depois de tanto ver referências a ele em revistas de famosos. “Vi que muitas celebridades estavam praticando o esporte e conseguindo perder peso. Então decidi arriscar e experimentar. Me impressionei com a velocidade do resultado. Em 3 meses perdi 7 quilos. Eu que comecei seguindo famosas hoje sou seguida por minhas amigas que também estão começando a praticar empolgadas com a minha evolução”, disse, com uma leve e justa vaidade.
Contudo, as garotas não procuram o esporte apenas para emagrecer, mas também para tonificar. Foi o caso de Fátima Godinho, de 48 anos, que sempre praticou atividades físicas, mas não resistiu à provocação do filho mais novo de 13 anos. “Ele pegou na ‘papada’ do meu braço e disse: Mãe, tá mole, se cuide! Eu ri, mas depois decidi entrar no muay thai e rapidamente vi a diferença. Em pouco tempo consegui acabar com a flacidez dos músculos, deixando-os bem definidos”, contou Fátima, exibindo o sucesso e devolvendo a provocação. “Hoje, meu filho não tira onda mais comigo”, brincou.
O toque feminino na modalidade pode ser visto em vários detalhes como caneleiras com imagens de corações e luvas e faixas rosas. Porém, a delicadeza acaba aí. A prova é a dentista e ex-bailarina Cláudia Almeida, de 25 anos, que apesar do porte franzino bate forte. “Fiz balé durante 7 anos, parei um tempo e há seis meses decidi encarar o muay thai. Sei que são coisas muito diferentes, mas não me arrependo porque ao contrário do balé que exige mais das pernas e costas, aqui eu trabalho tudo”, disse calmamente Cláudia, para depois cobrir de socos a colega.