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Contraproposta salarial: saiba como negociar e ter sua proposta aceita em um processo seletivo

"Imagine passar por todo o processo seletivo e, na hora da proposta, vir uma remuneração abaixo do esperado. É um balde de água fria! Mas tem como reverter isso". Leia o texto de Felippe Pessoa

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Felippe Pessoa

Publicado em 26/04/2021 às 8:42 | Atualizado em 05/05/2021 às 15:11
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Um processo seletivo pode levar meses para ser concluído. Tudo começa com a divulgação da vaga, captação dos currículos pela empresa, testes, dinâmicas e entrevistas. Algumas empresas pulam algumas etapas e acabam encurtando esse processo; outras são mais cautelosas e preferem segui-lo passo a passo. Na maioria dos casos, a remuneração da vaga não é divulgada no primeiro momento. As empresas preferem divulgar o cargo, as habilidades e experiências desejadas dos candidatos, mas não o salário. Com base nessas informações, o profissional decide se candidatar ou não àquela vaga.

Em um mercado em crise, é muito comum que profissionais mais ou menos qualificados se candidatem a uma posição para “tentar a sorte”. Um Diretor que está desempregado, por exemplo, pode se candidatar a uma posição de gerência ou um analista pode arriscar uma vaga de gerente. Nesses casos, a empresa se encarrega de separar o joio do trigo e entender quais currículos fazem mais sentido para avançar na seleção.

Na maioria dos casos, as empresas selecionam candidatos que estão aderentes a vaga analisando as experiências prévias e a aderência a cultura da empresa, além de identificar se a remuneração do candidato está alinhada com o orçamento daquela vaga. E, muitas vezes, é preciso negociar para atrair o profissional desejado. Falar sobre salário é sempre delicado, mas é necessário para evitar problemas futuros.

Imagine passar por todo o processo seletivo e, na hora da proposta, vir uma remuneração abaixo do esperado. É um balde de água fria! Mas tem como reverter isso. Afinal, as contas chegam para todos e, apesar de a empresa ser ótima, o cargo ideal e o desafio interessante, a conta tem que fechar. A primeira dica para negociar é: tenha bom senso. A remuneração para uma posição tem que estar alinhada a sua experiência, sua formação acadêmica e a realidade do mercado. Se, depois de avaliar tudo isso, você achar que merece mais, é hora de partir para uma contraproposta. Mas como fazer isso?

Muitas pessoas têm receio de falar sobre o assunto e acabam aceitando o que a empresa oferece de primeira. Perder a oportunidade de negociar no começo é ruim e pode gerar uma insatisfação a curto prazo. Se você tem dificuldades de negociar a remuneração ofertada, aqui vão algumas dicas para te ajudar:

  • Entenda a realidade do mercado

Antes de estabelecer um valor para aceitar o novo desafio, pesquise! Converse com colegas de trabalho e avalie o piso e o teto da posição que está concorrendo. A internet tem sites como o Glassdoor que ajudam a esclarecer a realidade do mercado.

Também tenha em mente a região da vaga. Algumas cidades têm salários melhores que outras.

  • Seja claro e cauteloso

Para negociar é preciso ser firme e claro na negociação, sem perder a educação. Traga os motivos que te levaram aquele número e tenha tudo detalhado e escrito para não tropeçar nos próprios argumentos.

  • Não exagere

Bom senso é essencial. Não adianta fazer uma contraproposta do dobro que foi ofertado. A empresa entenderá que você é prepotente e perdeu a noção da realidade. Via de regra, uma contraproposta deve ser 10 a 20% acima do ofertado inicialmente. Mais que isso, a negociação começa a ficar inviável.

  • Avalie os benefícios da vaga

Em muitos casos a remuneração não chega na pretensão do candidato. Mas é preciso colocar todo o pacote no papel, detalhando cada benefício. Eles podem compensar o valor da remuneração fixa.

Algumas empresas têm creche, excelentes planos de saúde extensível a família, vales com bons valores, como refeição, alimentação e combustível. Tudo isso também compõe a remuneração.

  • Argumente sobre seus diferenciais

Antes de dizer que quer ganhar mais, é preciso provar a empresa que você merece. Por isso, argumente sobre suas experiências, suas realizações e resultados nas empresas anteriores.

Para ter uma remuneração maior é preciso mostrar a empresa que você trará resultados efetivos para ela. Por isso, tenha sempre uma carta na manga e negocie baseado no que você pode entregar.

  • Não imponha nada

Em uma negociação salarial, não é interessante impor quanto quer ganhar. O processo deve ser de construção, de argumentos baseados em fatos. Se mesmo assim a empresa não acatar seu desejo mínimo, o ideal é declinar da proposta.

Mas a imposição do tipo “só vou por uma remuneração de x” pode parecer pretencioso e mostra que você não é flexível.

  • Mantenha a porta aberta

Caso a negociação não tenha um final feliz, mantenha a porta aberta. Agradeça a oportunidade e mostre-se disponível para um outro momento.

Apesar de não ter dado certo naquele momento, o futuro é incerto e você pode se surpreender com um novo contato da empresa.

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