Cena Política

Todo mundo quer vacina, mas o que a Anvisa declara sobre a Sputnik V é muito sério. Governadores assumiriam consequência?

Consórcio Nordeste chamou decisão técnica de "burocracia". É a mesma ciência, com seus métodos, que afirma não ser plausível usar Cloroquina ou Ivermectina como "tratamento precoce". Nessa ciência os governadores confiam ou também é só burocracia?

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Igor Maciel

Publicado em 27/04/2021 às 10:20 | Atualizado em 27/04/2021 às 10:49
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Os governadores, principalmente os do Nordeste, que negociaram a compra de quase 40 milhões de doses da Sputnik V, a vacina Russa vetada pela Anvisa, seguem insistindo no imunizante.

Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, é um deles.

O Consórcio Nordeste emitiu nota: "Diante desta pandemia, não podemos deixar que entraves burocráticos prejudiquem o acesso da população a uma vacina que comprovou sua eficácia, segurança e com real garantia de disponibilidade, como a Sputnik V".

O problema é que não são apenas "entraves burocráticos". A explanação dos técnicos da Anvisa, na segunda-feira (26) é muito mais ampla. O mais grave é a descoberta de que o imunizante pode provocar outras doenças, inclusive respiratórias, por causa da presença de um Adenovírus replicante, ele precisa estar ali, mas não poderia se replicar.

Não se trata de uma questão política, porque o próprio governo Federal também encomendou doses da vacina e tem interesse.

Não dá nem pra culpar Bolsonaro, nesse caso.

É ciência e o que os governadores do Nordeste estão chamando de burocracia, faz parte do método científico. Se não há comprovação da ausência de risco, há risco.

É a mesma ciência, com seus métodos, que afirma não ser plausível usar Cloroquina ou Ivermectina como "tratamento precoce".

Nessa ciência os governadores confiam? Ou também é só burocracia?

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