Diretor afirma que Butantan ofereceu 100 milhões de doses em outubro de 2020 e negociação foi interrompida com declaração de Bolsonaro
A declaração é importante, porque confirma que, além da Pfizer, que passou meses sem ter resposta sobre o interesse brasileiro nas vacinas em 2020, algo parecido aconteceu com a Coronavac.
Em depoimento à CPI da Covid, o diretor do Butantan, Dimas Covas, trouxe uma informação nova sobre a negociação das vacinas com o governo Bolsonaro.
Segundo ele, o instituto ofereceu 100 milhões de doses em outubro de 2020. Ao menos 45 milhões teriam sido entregues até dezembro de 2020 e o restante até maio deste ano.
- Saiba qual a posição de Pernambuco entre os estados que mais demoram a aplicar a vacina contra covid
- O mergulho dos ministros caricatos no governo Bolsonaro. Destino de Ernesto e Weintraub fez Damares sumir
- PSB quer vender caro a aliança com Lula. O petista põe Marília Arraes na rua para pressionar e João Campos finge contrariedade
O contrato estava, segundo ele, acertado com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Ele confirma que as negociações foram interrompidas assim que o presidente Bolsonaro declarou, no Twitter, em outubro daquele ano, que não compraria a "vacina da China".
“A (vacina) da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso. Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando, pode durar anos”, justificou na época.
A declaração de Dimas Covas é importante, porque confirma que, além da Pfizer, que passou meses sem ter resposta sobre o interesse brasileiro nas vacinas em 2020, algo parecido aconteceu com a Coronavac.
Ele ainda disse que burocracia do governo brasileiro também atrapalhou importação de insumos para a produção de vacinas. Dimas Covas está falando na manhã desta quinta-feira (27) à CPI.