Não importa se é pedido simples ou "superpedido". Impeachment depende de homem que PT e PSB ajudaram a eleger
O "superpedido" de impeachment, juntando os mais de cem pedidos que já foram feitos ao longo de quase dois anos e meio, não serve de nada se Arthur Lira (PP) não quiser que sirva.
Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, foi eleito com votos do PT e do PSB, entre outros partidos que, nesta quarta-feira (30), estavam lançando o que resolveram chamar de "superpedido" de impeachment.
Como os mais de 100 pedidos anteriores não deram resultado, juntaram todos, bateram no liquidificador com água e serviram novamente. A empolgação é outra, mas o sabor é o mesmo.
O PT sofreu um impeachment, mas o maior culpado pela banalização do processo são os petistas. Depois de ajudar a derrubar Collor, em 1992, o PT achou que poderia transformar todas as suas derrotas eleitorais em cassação de presidentes.
O PT pediu impeachment de Itamar. Depois, pediu o impeachment de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) até cansar e pediu o impeachment de Temer (MDB). Quando tem motivo de verdade, perdeu a credibilidade.
No "superpedido" ideia é usar a empolgação para criar uma onda e pressionar o presidente da Câmara a dar andamento. Mas isso não acontece se não houver um ambiente de deterioração política da presidência.
Há chance de isso acontecer em algumas semanas com o desenrolar das acusações que estão sendo feitas agora. Mas, hoje, não há.
Não importa se partidos de esquerda se juntaram até com o MBL para esse relançamento, o que é considerável. Tudo depende de Arthur Lira, e o presidente da Câmara não vê motivo para impeachment.
E quem botou ele lá foi a esquerda.