Luís Roberto Barroso, atacado todo dia por Bolsonaro, está em silêncio. É péssima notícia para o presidente

Quando alguém com muito poder fica em silêncio, é preciso ter cautela.

Por isso Bolsonaro já não assusta tanto, porque fala demais o tempo todo e quanto mais fala, mais demonstra estar acuado.

Por esse mesmo motivo, o silêncio quase total de Luís Roberto Barroso, ministro do STF, deveria fazer o presidente, ao menos, raciocinar sobre o assunto.

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Barroso é citado por quem o conhece de perto como alguém extremamente honesto e correto, mas igualmente frio e calculista que dificilmente se altera. Quando fica em silêncio, está com uma jogada inteira pronta na cabeça. 

Ele já foi chamado de tudo por Bolsonaro, acusado até de "apoiar pedofilia", xingado de "imbecil" e "idiota".

Não respondeu.

Está recebendo os ataques, que há muito se tornaram pessoais, como se não fossem com ele e como se não estivesse se importando.

Está.

Ninguém que detém tamanho poder, na condição de magistrado, ministro do STF, escuta o que ele vem escutando sem qualquer reação. Não é normal.

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Como se estivesse ainda mais preocupado por não ter resposta, Bolsonaro vai aumentando o tom, vai testando o limite da paciência do adversário.

E o ministro, não se abala. Não é normal.

Barroso já foi aconselhado, por exemplo, a processar Bolsonaro por calúnia. Mas, diz a quem o aconselha que esse é o plano de Bolsonaro e não vai satisfazê-lo. É que, se processar o presidente, terá que admitir suspeição para julgá-lo depois em outros processos.

Há uma verdade, no que Bolsonaro vem gritando há algumas semanas em relação ao voto impresso. Os deputados e senadores mudaram completamente de opinião depois de terem uma conversa com Barroso.

A conversa aconteceu e seu conteúdo foi extremamente convincente.

Alguém já deve ter soprado esse conteúdo para Bolsonaro, que fica cada dia mais agitado.