Cena Política

Alguém "amansou" Bolsonaro nas últimas 48h e isso ficou claro na entrevista à Rádio Jornal

Foi uma entrevista "paz e amor". Falou que não quer guerra, que não vai agir fora da Constituição (embora a interprete muito mal), reclamou, mas evitou insistir no "voto impresso auditável". Algo aconteceu que o fez parar com os ataques recentes.

Imagem do autor
Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 26/08/2021 às 9:53
Análise
X

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estava impossível nas últimas semanas.

Xingou com palavrões ministros do STF, convocou população para um sete de setembro em que mais parecia estar chamando para uma guerra civil, ameaçou outros poderes, mudou o protocolo da Marinha para ter tanques desfilando na frente do Palácio do Planalto e, nas últimas 48h, desacelerou fortemente.

Romoaldo de Souza citou o pronunciamento do comandante do Exército, no dia do Soldado, ontem (25). E, certamente, há uma conexão. Havia toda uma expectativa para a solenidade, porque parecia ser o momento para Bolsonaro fazer sua convocação maior às forças para o 7 de setembro.

Mas, ele nem discursou. E, provavelmente, o discurso do general Paulo Sérgio tenha sido o motivo. Ia ficar estranho ele tentar incendiar enquanto o comando fala em estabilidade e pacificação. Ia dar a entender que o presidente não tem o apoio dos militares como gosta de fingir.

Mas, a entrevista à Rádio Jornal, nesta quinta-feira (26), mostrou um Bolsonaro ainda mais calmo. Enquanto a entrevista se desenrolava, este colunista recebeu mensagens do tipo: "ele está bem?".

Foi uma entrevista "paz e amor". Falou que não quer guerra, que não vai agir fora da Constituição (embora a interprete muito mal), reclamou, mas evitou insistir no "voto impresso auditável" e ainda falou de todos os assuntos levantados pelo comunicador Geraldo Freire com educação e tranquilidade. Surpreendeu.

Algo aconteceu nas últimas 48h. Não se sabe o que, ainda.

 

Tags

Autor