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Cena Política

Por Igor Maciel

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Cena Política

A praia pública fechada para Lula no Ceará é a prova de que nada mudou. Petistas seguem confundindo as coisas

Faixa de areia foi fechada para o ex-presidente e população ficou sem acesso enquanto ele usava o espaço, público. A confusão entre o "meu" e o "de todos" sempre foi da natureza do PT. E segue.

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Igor Maciel

Publicado em 30/08/2021 às 9:41 | Atualizado em 30/08/2021 às 9:46
Análise
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O PT sempre teve problemas em separar o público e o privado. O Mensalão e o Petrolão são apenas os exemplo mais escandalosos. Os pequenos delitos, no entanto, são inúmeros.

Usar a máquina para fazer campanha, por exemplo.

O que Bolsonaro faz hoje, é algo que sempre foi regra nas gestões do PT.

Principalmente por falta de uma legislação adequada para separar as coisas, sempre se utilizou muito a estrutura oficial para pedir votos de maneira disfarçada.

Outro pedaço significativo da natureza petista é a necessidade de controlar os ambientes para garantir que Lula (PT) ou Dilma (PT) ou quem estiver no foco, não seja alvo de vaias públicas ou xingamentos.

Vez por outra circula um vídeo em que alguém (que seria Lula) é vaiado ao entrar num determinado local. O vídeo é falso. E, quem conhece a estratégia de movimentação e cerimonial do PT sabe que ele é falso, não porque ele não seria vaiado em algum lugar, mas porque ele não anda em ambiente que não seja previamente controlado.

>>> Lula e Janja tiveram a praia isolada durante passagem pelo Ceará, diz revista. Foto que viralizou nas redes sociais foi tirada lá

Até mesmo no meio da rua. Quando Lula ou Dilma eram presidentes, existia um ambiente montado para isso, dependendo da popularidade do momento. Quando o chefão petista estava com 86% de aprovação, ia para rua com menos militância para acompanhar. Se a popularidade baixasse, as agendas se concentravam em lugares mais isolados e com o público "delivery", que o próprio PT enviava em ônibus.

Com Dilma, por exemplo, este colunista cobriu várias agendas dela em Pernambuco, quando sua popularidade beirava a casa dos 10% e o impeachment era iminente. Os eventos sempre eram na zona rural do sertão do estado, em áreas isoladas, com militância do PT que era levada em ônibus e tinha a obrigação de aplaudir. Toda a área ficava sem sinal de celular, porque o Planalto instalava bloqueadores.

O episódio recente em que Lula e a esposa, no Ceará, fizeram uma foto na areia da praia teve desses dois problemas éticos integrados. A faixa de areia, pública, foi interditada por duas horas para que o casal curtisse. A polícia impediu a entrada de quem queria ir à praia, porque Lula estava lá. E, hoje, ele nem é presidente.

É preciso que se relembrem certas coisas, para entender que Bolsonaro ser o mais inapto dos presidentes não transforma Lula no mais apto.

Lula é uma fuga desesperada. E bons presidentes não se constroem no desespero.

Vide Bolsonaro.

 

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