Geraldo Julio é "o salvador". Estão fingindo guerra no PSB para depois anunciar o ex-prefeito do Recife como pacificador?
O PSB vai ficando cada vez mais parecido com o PT
Às vezes se provoca a guerra para vender a paz. Faz-se para vender armas disfarçadas de ferramentas necessárias. Faz-se para vencer disputas internas em partidos políticos ou para vencer eleições.
O maranhense Humberto de Campos, jornalista, escritor e imortal da ABL, escreveu nos anos 1930 um texto genial sobre a falta de cadáveres para serem usados nos estudos de medicina em uma universidade do Rio de Janeiro.
Após ler a notícia e ter adormecido diz ele que sonhou com o reitor lhe contando como resolveria o problema: "provocando valentões nos bares para que brigassem entre si com facas". Melhor jeito de produzir o "material para estudo".
Há um grupo, dentro do PSB, que trabalha para fazer transparecer um ambiente de guerra interna no partido, como se todos estivessem se digladiando pela vaga de candidato a governador.
Como se ninguém se entendesse enquanto vivem de suas ambições.
Essas informações chegam aos ouvidos da imprensa como "bastidor", tentando construir a ideia de que existe uma verdadeira batalha pelo poder e como se o PSB estivesse se esfacelando no meio disso.
Em comum, todos esses interlocutores arranjam uma maneira de citar Geraldo Julio (PSB) como o "único que pode unir o partido".
Nessa toada, já colocaram o secretário da Casa Civil, Zé Neto, o de Saúde, André Longo, a de infraestrutura, Fernandha Batista, e o da Fazenda, Décio Padilha.
Soa forçado e parece combinado.
É difícil dizer se o também secretário e ex-prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB), que já repetiu diversas vezes não ter interesse em disputar o governo em 2022, está por trás da articulação para construir uma narrativa ou se são os mais próximos dele tentando convencê-lo.
É difícil dizer até que ponto há mesmo uma disputa dentro do governo pela vaga principal da chapa da Frente Popular.
Mas é curioso porque é a mesma estratégia que o PT costuma utilizar, criando grandes "disputas internas" antes de lançar um "pacificador".
Coisa bem batida, por sinal.
É diferente de Eduardo Campos, que prometia a vaga de candidato a todo mundo para manter fidelidades antes de surpreender a todos com um nome que ninguém imaginava.
O PSB está cada vez mais parecido com o PT.