Cena Política

Doria sofre da "ilusão paulista", um fenômeno que faz governadores de lá acharem que o resto do Brasil é Ribeirão Preto

ex-governadores paulistas não se elegem presidentes há mais de 60 anos. Doria, que esperava ser carregado nos braços dos brasileiros por ter garantido vacina no período inicial da imunização, talvez, tenha caído na real.

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Igor Maciel

Publicado em 31/03/2022 às 14:44 | Atualizado em 31/03/2022 às 14:45
Análise
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Caso decida desistir mesmo, poderá se dizer que o problema de João Doria (PSDB) foi também a ilusão paulista.

É um fenômeno que ocorre com políticos do estado no Sudeste, principalmente com governadores e que os faz acreditar que o perfil do eleitor que ele já conquistou por lá é igual em todo o Brasil. Não é.

Geraldo Alckmin (hoje no PSB) e José Serra (PSDB) poderiam tê-lo avisado. O Brasil profundo, como se costuma chamar o interior do país no Norte é diferente do interior do Nordeste, que é diferente do interior do Sul.

Mas os governadores de São Paulo têm a impressão que conquistando os eleitores de Ribeirão Preto estarão aptos a ganhar a confiança do eleitor de Custódia, no Sertão de Pernambuco. Não estão.

Doria é mais um que pode ficar pelo caminho nessa ilusão.

A manutenção desse conto, aliás só é compreensível do ponto de vista da força econômica de São Paulo. Porque a última vez em que um governador de São Paulo saiu de lá e virou presidente da República foi em 1961, com Jânio Quadros. E, pode-se dizer que não foi uma das melhores experiências brasileiras.

A força econômica de São Paulo é essencial para uma eleição. Ter apoio por lá, com base sólida, é crucial.

Mas, a verdade é que ex-governadores paulistas não se elegem presidentes há mais de 60 anos. Doria, que esperava ser carregado nos braços dos brasileiros por ter garantido vacina no período inicial da imunização, talvez, tenha caído na real.

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