Cena Política

Crise na segurança em Porto de Galinhas será tema da eleição. E é necessário que seja

O turismo ali é um patrimônio abandonado, como há tantos patrimônios no Estado que são subaproveitados e abandonados

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Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 01/04/2022 às 12:40 | Atualizado em 02/04/2022 às 17:06
Análise
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Uma gota de água é só uma gota de água, desde que o balde não esteja cheio. O que está acontecendo em Porto de Galinhas, com traficantes mandando fechar o comércio e aterrorizando turistas, é uma catástrofe, ainda mais numa área em que, ao longo de décadas, gastaram-se milhões em dinheiro público e privado para construir reputação e infraestrutura.

Essa, aliás, é uma relação difícil de fazer, mas necessária. Quanto de dinheiro do contribuinte pernambucano foi usado nas últimas décadas para habilitar Porto de Galinhas como um dos principais destinos turísticos do Brasil?

E como, após tanto investimento, a má gestão do governo conseguiu permitir que o local fosse tomado pelo crime?

Ao ponto de, no auge da crise, enviar 250 policiais militares para garantir a segurança e, mesmo assim, o comércio continuar fechado, por ordem de traficantes, com comerciantes amedrontados. Como se deixou chegar a esse ponto?

A tragédia tem várias faces e vítimas. Neste caso, o estopim foi a morte de uma garotinha, durante uma perseguição policial.

A isso seguiram-se protestos.

Chama a atenção que uma nova crise nessa gestão tenha surgido a partir de uma ação policial. A última foi após um protesto no Recife em que policiais deixaram duas pessoas cegas com balas de borracha.

Algo está errado também nesse ponto da gestão.

Não há dúvidas de que isso será utilizado na eleição. E é muito justo que seja. É necessário que seja.

O prejuízo causado por essa situação em Porto de Galinhas é difícil de calcular, mas se pode dizer com certeza que é muito grande. O turismo ali é um patrimônio abandonado, como há tantos patrimônios no estado que são subaproveitados e abandonados.

Mas, poucos representam tanto para a economia de PE.

Turistas que planejaram suas férias há meses estão presos dentro do hotéis, rezando apenas para terem a garantia de voltar para suas casas.

Há informações sobre crime organizado bem estruturado em Porto de Galinhas, Ipojuca, estendendo-se pelo Cabo de Santo Agostinho. Isso não surge do dia para a noite. Nasce e cresce devagar, na ausência do poder Público.

O que Pernambuco tem de turismo, em volume, no litoral, é praticamente resumido a Porto de Galinhas.

E nem isso o Estado consegue manter.

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