Cena Política

Depois de muitas críticas por abandonar aliados, Bolsonaro usa Daniel Silveira para dar recado

É algo como "tenham fé que a cavalaria já chega".

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Igor Maciel

Publicado em 22/04/2022 às 15:38 | Atualizado em 28/04/2022 às 9:30
Análise
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Quando afronta o STF, Bolsonaro (PL) o faz para ganhar pontos dentro de sua própria bolha. A graça concedida ao deputado Daniel Silveira, como já foi dito aqui, terá pouco ou nenhum efeito na prática. Ele continua inelegível e deve perder o mandato. Mas, sinaliza também que os apoiadores mais radicais que forem questionados na Justiça terão apoio de seu líder.

O presidente costuma abandonar os seus quando eles caem em desgraça.

Nada incomum no poder, sabemos que no Mensalão Lula (PT) só faltou dizer que nunca tinha visto José Dirceu na vida.

O problema é que as reclamações a Bolsonaro eram frequentes. Sarah Winter foi uma das que gritou pelo abandono. Roberto Jefferson, Allan dos Santos, Weintraub, até certo ponto, todos chegaram a expressar que estavam se sentindo abandonados depois de terem defendido tanto o chefe.

No caso do ex-ministro da Educação, é bom pontuar, o abandono foi eleitoral, porque Bolsonaro arranjou um emprego pra ele nos EUA. Ele queria apoio para a eleição e não recebeu.

Até Olavo de Carvalho, antes de morrer, reclamou.

Nas trincheiras bolsonaristas, o que se via era um desânimo por se achar que não valia a pena arriscar o pescoço se nenhuma garantia de proteção seria dada.

A graça concedida a Silveira cumpre o propósito de animar a tropa, mas principalmente é um recado à infantaria dos radicais. Algo como "tenham fé que a cavalaria já chega. A cavalaria parece meio capenga, mas chega".

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