Cena Política

Eduardo Campos e Lula tentaram usar palafitas como símbolo. Incêndio mostra que pouco passou do simbolismo

Com tanto esforço naquela época, porque ainda passamos um fim de semana inteiro acompanhando o sofrimento de famílias que perderam tudo após incêndio em palafitas do Recife?

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Igor Maciel

Publicado em 09/05/2022 às 9:13 | Atualizado em 09/05/2022 às 9:48
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Em 2003, o ex-presidente Lula (PT) marcou o início de seu primeiro mandato arrastando ministros para fazer uma visita à Brasília Teimosa, no Recife, para mostrar a realidade e garantir que o objetivo era resolver aquele problema. Foi resolvido.

- Bombeiros combatem incêndio em palafitas no Pina, no Recife

Em 2007, emulando Lula, Eduardo Campos, que acabara de ser eleito governador, pegou seu secretariado e fez o mesmo, levando todos eles para visitar a Ilha de Deus. Todo mundo andou entre as palafitas e visualizou a miséria em que aquelas pessoas viviam.

O problema por lá também foi resolvido.

Se foi resolvido, qual a questão?

As duas ações tiveram forte impacto de marketing, deram gás no início dos dois governos, o de Lula e o de Eduardo, apontaram uma direção. Mas, como toda peça de marketing, quando a mensagem acabou, as ações também pararam.

Com tanto esforço naquela época, porque ainda passamos um fim de semana inteiro acompanhando o sofrimento de famílias que perderam tudo após incêndio em palafitas do Recife?

Em 2002 o Recife não tinha apenas Brasília Teimosa e em 2007 não havia apenas a Ilha de Deus. Lá foi resolvido e isso é ótimo, mas até hoje tudo o que não serviu para marketing político ficou como estava.

O que não serviu como marketing político pegou fogo na última sexta-feira (6).

Agora, a prefeitura vai dar R$ 1,5 mil para cada família atingida. O prefeito é João Campos (PSB), filho de Eduardo.

E isso diz muito.

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