Sem o ICMS, governadores terão que trabalhar e viver menos do suor alheio, mas têm que planejar
Não adianta cortar receita, prejudicando saúde e educação. Mas governadores viram as costas para o desenvolvimento através de parcerias porque podem ficar sustentando a máquina com dinheiro de contribuinte.
A crise com os combustíveis é boa também para que os governadores, eleitos ou reeleitos, refaçam suas contas e baixem tributos.
O modelo pelo qual os governadores trabalham com a arrecadação pelo ICMS é prejudicial para o desenvolvimento dos estados.
Toda esta novela sobre o preço da gasolina e do diesel está ajudando, ao menos, a entender que os gestores estaduais precisam buscar outras receitas e contar menos com o ICMS nos combustíveis.
É algo genial, mas pode ser considerado um indutor de estagnação. Você cobra quase 30% de imposto sobre gasolina e diesel, usa esse dinheiro para manter a máquina pública funcionando e vende "realizações" de eleição em eleição.
O principal, nesse caso, é ficar livre politicamente para fazer acordos que beneficiem apenas o próprio grupo político, ignorando a sociedade civil e o setor privado no processo. Os interesses legítimos do mercado privado e da sociedade civil, que geram empregos e sustentam a economia na realidade, podem ser ignorados.
Porque o ICMS sustenta.
Tem muito governador, e o de Pernambuco é um exemplo exato, que vira as costas para parcerias com a iniciativa privada porque é muito mais fácil viver apenas dos impostos cobrados dos trabalhadores.
O resultado disso é estagnação e ausência de desenvolvimento.
A grande realização defendida pela atual gestão quando tentava a reeleição em 2018 era “pagar os salários do funcionalismo em dia”. Fora isso, não havia o que mostrar.
Isso, talvez, não fosse tão perceptível antes de Bolsonaro tentar usar isso como desculpa para a inabilidade de sua equipe econômica.
Governadores não podem pagar o preço sozinhos, penalizando a população. Depois de terem se comprometido com esse dinheiro, ter um corte brusco vai prejudicar Saúde e Educação já nos próximos meses. Precisa haver algum tipo de desmame.
Mas o atual modelo beneficia a incompetência e precisa mudar. Quem sabe os governadores deixam de sacrificar a população e começam a trabalhar a construção de pontes para o desenvolvimento?