Benefícios sociais matam a fome do dia, de comida e de votos por eleição. Mas não reduzem a pobreza
O que reduz a pobreza é economia forte, aquecida e bem estruturada.
Fala-se muito em Bolsa Família e Auxílio Brasil, mas o país tem uma quantidade de benefícios sociais que ultrapassa o que se vê normalmente em outros lugares, mesmo em nações conhecidas por cobrar altos impostos e oferecer muitos benefícios.
Cada tipo de aposentadoria, por exemplo, é um benefício diferente. Por idade, invalidez, tempo de contribuição, aposentadoria especial e segue com auxílio doença, pensão por morte, auxílio reclusão, auxílio acidente, salário família.
Percebeu que todos os listados até agora são disponibilizados para os trabalhadores? É porque ainda tem para os que não trabalham formalmente.
Ao longo dos últimos anos temos: Minha Casa Melhor, para compra de móveis; FIES; Safra Garantida, para agricultores; Minha Casa Minha Vida, que virou Casa Verde e Amarela; Bolsa Verde, de apoio à conservação ambiental; De Volta pra Casa, este é para quem sai do hospital após longo período de internação; além de PETI, PRONASCI, Bolsa Atleta, Pronatec… e, acreditem, tem muitos além desses.
Ninguém quer, aqui, rejeitar a importância desses benefícios ou dizer que eles não são necessários. Pelo contrário. Eles são essenciais, mas não estão resolvendo.
Se o Brasil virou uma enciclopédia de benefícios sociais, por que ainda estamos imersos em pobreza e por que a miséria segue sendo o principal problema do país?
Dinheiro
Deixando de lado o período da pandemia, quando os gastos com assistência social cresceram 300%, até 2019 o Brasil gastava cerca de R$ 100 bilhões por ano com esses benefícios. É o equivalente ao PIB do Paraguai. O Brasil gasta um Paraguai com os mais pobres e não consegue tirar a população da pobreza. A solução é, simplesmente, gastar mais? Sem melhorar a economia, não adianta. E há números explicando isso.
Benefícios sociais funcionam quando a economia está bem equilibrada. Num ambiente de caos econômico, ajuda a sobreviver (o que é importante) e nada mais. A FGV tem um histórico da pobreza no Brasil desde 1992 até 2017. O que se observa claramente é que os benefícios têm papel importante na redução da pobreza. Mas, ela só cai de verdade quando o ambiente econômico está aquecido e a inflação controlada.
Segundo a FGV, a pobreza começou a cair no Brasil após a implantação do Plano Real. Foi nessa época que FHC implantou também vários programas sociais. Lula intensificou os programas e ampliou. A pobreza seguiu caindo. Mas, a partir de 2014 a pobreza voltou a subir bastante. Os programas sociais continuavam, mas não faziam efeito. De lá pra cá, só piorou.
Pobreza segue
Liberar muito dinheiro serve como emergência. Mas, na prática, se for só isso, ajuda apenas na sobrevivência dos pobres e do político que está no cargo em busca de votos.
Se não houver esforço para manter a economia equilibrada, não se reduz a pobreza, apenas retarda sua evolução.
É bom, mas não basta.
O que reduz a pobreza é economia forte, aquecida e bem estruturada.