OPINIÃO

Bolsonaro parece haver se preparado para fazer acordos com o centrão. Em maio, criou uma "peneira eletrônica"

O Sistema Integrado de Nomeações e Consultas (Sinc) possibilita o controle e a análise de candidatos a cargos em comissão e funções de confiança

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 08/06/2020 às 7:24 | Atualizado em 08/06/2020 às 7:24
CAROLINA ANTUNES/PR
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - FOTO: CAROLINA ANTUNES/PR

Bolsonaro criou “peneira” para indicações políticas

O presidente Jair Bolsonaro parece haver se preparado para a fase “inevitável” de fazer acordos com partidos, inclusive do “centrão”, para consolidar uma base de apoio no Congresso. Já em maio de 2019, ele criou por decreto o Sistema Integrado de Nomeações e Consultas (Sinc), uma espécie de “peneira eletrônica” que possibilita o controle e a análise de candidatos a cargos em comissão e funções de confiança. As novas regras são rigorosas para dar segurança a quem nomeia o indicado.

Presidente do BNB por um dia, Alexandre Cabral não passou pelo Sinc, graças ao drible depois descoberto do padrinho Fernando Bezerra.

O Sinc é bem mais amplo que o sistema anterior. Agora, se quiser, o presidente tem acesso ao histórico político e até ideológico do indicado.

O levantamento mostra se o candidato ao cargo foi investigado, se foi processado e condenado, até mesmo conexões pessoais e profissionais.

O sistema prevê também sabatina que avalia a qualificação técnica do indicado. A fase final é uma entrevista com o ministro ou chefe imediato.

Ilustre vítima de fake news

O procurador geral Augusto Aras anda amargurado. Apesar do rigor técnico de suas decisões, viajou ao inferno quando Bolsonaro admitiu indicá-lo a vaga no Supremo. Virou alvo a ser abatido. Até entrevistas concedidas de boa fé foram desvirtuadas de má fé, só para prejudicar.

Pró-Brasil

O melhor gasto público do presidente Jair Bolsonaro, em 18 meses de governo, foi de longe sua viagem à Arábia Saudita, onde recebeu promessa de investimentos de US$10 bilhões no Brasil. O ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, que coordena o programa Pró-Brasil, já tem pronto uma espécie de “cardápio” de oportunidades com descrição minuciosa de cada projeto. Todos os que manifestaram interesse em investir no País, como os sauditas, já sabem o que fazer.

Organizado

Braga Netto se orgulha do trabalho de quatro técnicos da Casa Civil que deixam oportunidades de investimento no Brasil ao alcance de um clique.

Triplicou

Após o encontro com Mohammed bin Salman, Bolsonaro transformou em US$10 bilhões os US$3 bilhões negociados antes da viagem.

Muitos bilhões

Os cerca de R$50 bilhões sauditas representam o maior investimento obtido na História por presidente brasileiro em visita oficial ao exterior.

Convém

Ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, agora no governo Dória (SP), reconhece que o Brasil prolongou a curva de contágio sem colapsar o sistema de saúde e, por isso, será possível flexibilizar antes de países europeus, que viveram outro quadro.

Quem ganhou

Após a maior queda semanal dos últimos 12 anos, o dólar fechou abaixo dos R$5 na sexta (5). A moeda norte-americana voltou ao patamar de meados de março, próximo do início da pandemia.

Frase

"Ou a OMS trabalha sem o viés ideológico, ou a gente tá fora”, Presidente Jair Bolsonaro.

Enquanto isso

O ministro Rogério Marinho (Des. Regional) destacou importantes entregas de obras semana passada, do governo federal, que também liberou recursos para “mobilidade, saneamento e ações de defesa civil”.

Fake demais

No mesmo dia em que apresentou projeto para criar “comitê” para dizer o que é ou não é fake news, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) virou alvo de denúncia de criar perfis fakes para espalhar... fake news.

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