OPINIÃO

Deputado escolhido por Bolsonaro para o Ministério das Comunicações está longe de ser um "poste", como Marcos Pontes

Fábio Faria é um político habilidoso, bem relacionado, no lugar de um ministro que desagradava a todos. E, nas Comunicações, está longe de ser um "poste" como Marcos Pontes

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 12/06/2020 às 7:24 | Atualizado em 12/06/2020 às 7:53
LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Deputado Fábio Faria (PSD-RN) - FOTO: LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Governo ganha com recriação

Não fosse a pandemia, teria havido carnaval do setor de Comunicações em Brasília após a decisão do presidente Bolsonaro de tirar o astronauta Marcos Pontes do seu comando. Havia rara unanimidade contra o ministro, no setor. Agrega muito para o governo o deputado Fábio Faria (RN) na chefia do recriado Ministério das Comunicações. É um político habilidoso, bem relacionado, no lugar de um ministro que desagradava a todos. E, nas Comunicações, está longe de ser um “poste” como Pontes. A mudança favorece aproximação com a agência reguladora Anatel em momento muito importante, quando se discute a tecnologia 5G no País. A nomeação de Fábio Faria recoloca o ex-ministro Gilberto Kassab (foto) nas Comunicações, por meio do seu partido PSD, agora da base do governo. O Planalto não se livrou de Fábio Wajngarten, cuja atuação na Secom desagradava Bolsonaro. Man o manteve secretário-executivo da pasta.

Especialistas do setor esperam que o novo ministro das Comunicações escolha bons nomes para as secretarias de Telecomunicações e de Radiodifusão. Os ocupantes atuais seriam considerados muito ruins.

Mortalidade por covid

O 2º lugar do Brasil no ranking de mortes por covid-19 faz parecer que usamos a pior estratégia no combate.

Comparar números absolutos não faz sentido. Um olhar mais apurado mostra que a chance de alguém ter morrido no Brasil por coronavírus é 49% menor que nos EUA. Se a comparação for com França, Itália, Espanha e Reino Unido, a chance de uma pessoa infectada morrer por lá é até 3,4x maior que no Brasil. No Brasil, são 17,6 mortes por 100 mil habitantes contra 34,3 nos EUA. Na França são 44,8, Itália, 56,1, Espanha, 58,1 e Reino Unido, 60,1. Entre os países com mais de 3.000 óbitos, a Bélgica tem 83,6 mil óbitos por 100 mil habitantes. O top 10 ainda tem Suécia, com 46,9 mil mortes. Países com mais de 3 mil mortes concentram 52,5% da população global e 91,1% de todas as mortes por covid. Dados atualizados até 8 de junho.

Vigilância

Como no PSDB tem gente ameaçando se bandear para o lado do PSB, o governador João Doria não esquece quem ameaçou sua eleição, em 2018, e não tira o olho dos passos do ex-governador Márcio França.

Pelos ares

A empresa aérea Emirates, uma das mais admiradas do setor aéreo mundial, decidiu demitir quase mil pilotos. A empresa já havia dispensado trezentos e agora dispensará mais de seiscentos.

Otimismo

A BGC Liquidez, uma das principais corretoras do mercado financeiro, estima em 5,5% a queda do PIB este ano, bem abaixo dos 8% do Banco Mundial, e ainda prevê crescimento de no mínimo 2,5% em 2021.

Um terço

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) lançou portal para acompanhar efeitos da pandemia no setor. Primeiro dado do transporte aéreo de carga e passageiros mostra queda de 30,4% de janeiro a abril.

Frase

Não são manifestações protegidas pela liberdade de expressão”, Edson Fachin (STF) ao dizer que posts na internet e aplicativos “incitam” a violência.

Era do vale-tudo

O Brasil vive tempos estranhos. Teve gente que achou ter bebido algo esquisito quando ouviu do admirado ministro Fachin, do STF, quarta (10), que vício no inquérito “não afeta a ação penal”. E ainda é jurisprudência!

Acefalia

Soltaram os cachorros para cima de Abraham Weintraub (MEC) contra a MP que o autoriza a nomear reitor em universidade cujo titular do cargo concluiu o mandato. A turma prefere a acefalia a alguém no comando.

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