OPINIÃO

O clamor pela demissão de Weintraub já é consensual em todo o Palácio do Planalto

Graças ao ministro, pioraram drasticamente as relações de Bolsonaro com o STF, não há diálogo possível com os meios acadêmicos e ainda se incompatibilizou com todo o Congresso

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 16/06/2020 às 8:49 | Atualizado em 16/06/2020 às 8:52
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Além do inquérito que apura suposto crime de racismo em uma publicação contra a China, Weintraub é alvo do inquérito que apura ‘fake news’ - FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Clamor contra Weintraub

Apesar dos serviços prestados ao jeito beligerante de governar do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Abraham Weintraub (Educação) já encheu todas as medidas e deve ser substituído. O clamor por sua demissão já é consensual em todo o Palácio do Planalto. Graças ao ministro, pioraram drasticamente as relações de Bolsonaro com o STF, não há diálogo possível com os meios acadêmicos e ainda se incompatibilizou com todo o Congresso. A presença de Weintraub na Esplanada dos Ministérios, domingo, irritou o presidente: “Ele esteve lá representando a si próprio e não o governo”. A multa de R$ 2 mil aplicada no ministro, por desrespeitar o uso de máscara, deixou o Planalto ainda mais constrangido. Se a formação militar o impede de “abandonar” Weintraub no campo de batalha, Bolsonaro tampouco aprecia o “abraço de afogados”. O melhor para o presidente, diz um ministro próximo, seria Weintraub pedir para sair. Pouparia o presidente do desgaste da demissão.

1964 “é página virada”

O vice Hamilton Mourão, reafirmou nesta segunda (15) os compromissos das Forças Armadas com a democracia: “1964 fazem 56 anos. É página virada da História”, disse. Ele citou o próprio presidente, que disse que os militares não participam de aventura. Mourão afirmou ainda durante entrevista à Rádio Bandeirantes que qualquer tipo de autogolpe “não é, e nem nunca será” a visão de Bolsonaro, e que o presidente sabe que as Forças Armadas não o acompanhariam numa aventura dessa natureza. Mourão afirmou que a definição de um nome definitivo para assumir o Ministério da Saúde só vai ocorrer após o País vencer a pandemia. Mourão avaliou com otimismo os próximos passos do governo. “Está havendo uma desaceleração na taxa de letalidade”, observou. “Estamos abaixo dos 5% (de letalidade). Já estivemos a 7%”, disse o vice-presidente na entrevista. “É uma tarefa logística”, avaliou.

Controle

Ari Moutinho, do TCE-AM, defende a abertura do gás do Amazonas, maior reserva do País, sob controle de um empresário baiano, Carlos Suarez, que fatura no negócio mais de R$ 100 milhões por mês. Humm...

Cúmulo

A deputada Soraya Manato (PSL-ES) apresentou projeto de lei para que qualquer atividade desenvolvida por tempos religiosos seja isenta de impostos, inclusive o de renda. Abrange até “atividades lucrativas”.

“Trabalho”

A Comissão do Coronavírus da Câmara dos Deputados confirmou reunião para debater "a atuação de órgãos de controle" na quinta-feira (18). Só não tem convidados confirmados para o debate.

Brasília

O governo do DF obteve ontem significativa vitória, no STF, ao manter a liminar que suspende decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que pretende tungar R$ 10 bilhões em razão de interpretação criativa de regra sobre quem deve pagar impostos em transferências da União.

Frase

1964 fazem 56 anos. É página virada da História”, Vice Hamilton Mourão sobre os compromissos democráticos das Forças Armadas

Cleptomaníaco

O governador do Amazonas, Wilson Lima, foi chamado ontem de “cleptomaníaco” pelo conselheiro Ari Moutinho, do Tribunal de Contas do Estado. “Ele consegue transformar vinho em respirador”, disse, para se referir à empresa onde fez compra milionária do equipamento.

Exemplo

O presidente Jair Bolsonaro citou ontem Tereza Cristina (Agricultura) como exemplo de deputada federal que deu certo no cargo de ministra, para responder aos que criticavam o convite a Fábio Faria para assumir o Ministério das Comunicações. “Fábio é da minha quota pessoal”, disse.

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