Opinião

Um manda, outro obedece, diz Pazuello sobre Bolsonaro desautorizar a compra de doses da vacina chinesa

Leia a opinião de Cláudio Humberto

JC
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Publicado em 23/10/2020 às 7:29 | Atualizado em 23/10/2020 às 7:32
JOSÉ DIAS/DIVULGAÇÃO
OMISSÃO Papel de ministro em colapso no Amazonas será apurado - FOTO: JOSÉ DIAS/DIVULGAÇÃO

Continência para o presidente

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, liquidou especulações sobre sua suposta "insatisfação" com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de desautorizar o acordo para comprar 46 milhões de doses de eventual vacina de origem chinesa, produzida pelo Butantã. "Um manda, outro obedece", resumiu o general e ministro, fiel à hierarquia, um dos mais caros valores da caserna. Bolsonaro é o presidente, comandante em chefe das Forças Armadas, é ele quem manda. Simples assim.

Divulgou-se a lorota de "insatisfação dos militares" pelo fato de Pazuello ter sido desautorizado. Todos eles também batem continência. Inexperiente em política, Pazuello foi convencido de que estaria sendo usado para favorecer o governador João Doria, inimigo do seu chefe. Para o Planalto, Doria manipulou o ministro para brilhar numa festa para a qual não convidaram o "dono da casa", que resolveu chutar o balde.

Censura ao cidadão

Já passa de 42 dias a "manutenção" usada como desculpa pelo Senado para retirar do ar, no site oficial, consultas públicas sobre os projetos em tramitação. A censura se estabeleceu após a enquete do site "E-Cidadania" registrar a repulsa de 99% de quase 9 mil eleitores que opinaram sobre a proposta de emenda à Constituição que permite a reeleição dos presidentes Davi Alcolumbre (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara). Subitamente, o site entrou "em manutenção". Até hoje. Segundo a Secretaria-Geral e o Prodasen, a "manutenção" seria finalizada até 25 de setembro, mas a opinião popular segue censurada. A avaliação sumiu a pretexto de "manutenção", segundo o Senado, à época. Questionado novamente, não respondeu aos questionamentos. O Senado também culpou frequentes "tentativas de ataques à rede", que culminaram na manutenção para "varredura de segurança". De 42 dias? O bloqueio impede também a consulta sobre a cassação do senador Chico cuecão Rodrigues (RR), articulador da reeleição de Alcolumbre.

Isolamento 

O isolamento prolongado tem mexido com o psicológico das pessoas e ninguém aguenta mais ficar em casa. Prova disso é que a busca por viagens cresceu 32% na semana antes do Dia das Crianças este ano.

Febeapá

No Festival de Besteiras que Assolam o País (Febeapá) sobre covid, o PDT de Carlos Lupi foi ao STF para dar aos governos estaduais o direito de obrigar a população a tomar vacina. Os abestados não explicam como obrigar vacinação se não haverá vacinas para todos.

França

A França sofre com a segunda e mais grave onda de contágios de covid e passou de 1 milhão após 41,6 mil novos casos ontem. No sentido oposto, o Brasil não tem tantos casos diários desde 11 de setembro.

Verde 

Ambientalistas de araque vão falar mal do Brasil na União Europeia, "denunciando os impactos da hidrelétrica de Sinop". Logo a europeus, cuja energia vem 70% de petróleo, gás ou carvão, segundo a Eurostat.

TCU

Após auditoria no Ministério da Saúde, o ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União, resolveu palpitar sobre a pandemia, "determinando" providências contra novas ondas de covid. Ele acha que o vírus só será vencido quando todos os brasileiros forem imunizados.

China

Não ajuda na credibilidade da vacina os números que a China divulga sobre a contaminação de covid. A ditadura da nação mais populosa do mundo relata apenas 85.715 casos, 4.634 mortes e 247 casos ativos.

 

Frase

Um manda, outro obedece", Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, sobre o recuo na compra de vacina chinesa

 

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