A ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) está revisando, uma a uma, 2,5 mil pensões e indenizações por suposta "perseguição política" concedidas pela Comissão de Anistia. Trata-se de uma das maiores picaretagens já cometidas contra os cofres públicos, na avaliação de juristas.
O governo federal torra R$ 29 milhões mensais no pagamento da esperteza e ainda há um passivo de R$ 17 milhões referentes a indenizações tão absurdas quanto de valor milionário. Há ex-cabos da FAB nascidos nos anos 1970 que alegaram serem "perseguidos políticos" em razão de uma portaria dos anos 1960.
Até agora, a ministra já cancelou 295 indenizações de ex-cabos da FAB, e nos próximos dias invalidará a mamata de outro grupo de beneficiados. Há cerca de um ano, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizaram o governo a rever, um a um, os 2,5 mil casos dos ex-cabos.
Interesse público
Damares lamenta que entre os beneficiados estejam pessoas que hoje são idosas, mas ela lembra que seu dever é zelar pelo interesse público.
Sem sentido
Indigne-se: multas eleitorais por propaganda antecipada ou ilegal são pagas à Justiça Eleitoral... que depois as redistribui aos próprios partidos.
Picaretas
Receberam alguma parcela do auxílio emergencial até julho de 2020, segundo apuração do Tribunal de Contas da União (TCU), quase 10,7 mil candidatos que declararam patrimônio igual ou superior a R$300 mil.
Rigor
O ministro Nunes Marques agirá com rigor profissional, ao relatar casos envolvendo os irmãos Flávio e Eduardo Bolsonaro. Quem o conhece avisa: ele não se impressiona com a pressão da "opinião pública", tampouco é do tipo que usaria a toga para agradecer a nomeação.
Poder pra quê?
Davi Alcolumbre (DEM-AP) espalhou que o apagão em seu Estado o deixou "irritado com o governo". Conversa mole. Como presidente do Senado, ele deveria ter agido para dotar o Amapá de energia decente.
Nossa conta
O total de verbas do fundão partidário de R$1 bilhão é dividido entre 33 partidos. O PSL já levou R$81 milhões e o PT, R$68,5 milhões.
Sem vergonha
O fundo eleitoral vai dividir R$ 2,03 bilhões entre 23 partidos. O PT é o maior beneficiado (R$ 201 milhões), seguido pelo PSL (R$ 199 milhões).
R$ 3 bilhões
Após a decisão do Congresso de proibir a doação de empresas a campanhas eleitorais, é o pagador de impostos que financia quase toda a atividade dos partidos políticos no Brasil. Em 2020, essa conta bateu novo recorde: R$3 bilhões, que representa soma dos valores distribuídos pelo fundão eleitoral (R$ 2 bilhões), que banca campanhas, e pelo fundão partidário (R$1 bilhão), que financia as "atividades" dos partidos.
Frase
"Vamos dançar com todo mundo." Ministro Paulo Guedes (Economia) sobre o próximo presidente dos Estados Unidos
Último baile
Completa 131 anos hoje o Baile da Ilha Fiscal, última festa da monarquia brasileira. Foi a última grande festa do Império, muito criticada, antes da Proclamação da República, dia 15.
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