OPINIÃO

Maia não cumpre promessa de apoiar Arthur Lira à sua sucessão na Câmara

O apoio do PP e centrão liderados por Arthur Lira consolidou a vitória de Rodrigo Maia em fevereiro de 2019. Mas ele nunca mais falou no acordo

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 10/12/2020 às 6:20 | Atualizado em 10/12/2020 às 6:20
AGÊNCIA CÂMARA/DIVULGAÇÃO
Além de focar na reeleição ilegal, Maia estimulava candidaturas de centro, tentando dividir o "eleitorado" de Lira - FOTO: AGÊNCIA CÂMARA/DIVULGAÇÃO

Maia não honrou acordo

A Câmara não é exatamente uma casa de pessoas virtuosas, mas honrar compromissos é um dos valores mais apreciados pelos deputados. E muitos conhecem o acordo que Rodrigo Maia fechou com Arthur Lira (PP-AL) há dois anos, no apartamento do senador Ciro Nogueira (PP-PI), em São Paulo. Na ocasião, Maia prometeu apoiar Lira à sua sucessão, em 1º de fevereiro de 2021, caso o líder do PP desistisse da própria candidatura a presidente da Câmara, que era muito forte na ocasião. O apoio do PP e centrão liderados por Arthur Lira consolidou a vitória de Rodrigo Maia em fevereiro de 2019. Mas ele nunca mais falou no acordo. Maia fez da sua reeleição ideia fixa, apesar de inconstitucional, enquanto afastava-se de Arthur Lira até para não ser lembrado do compromisso. Além de focar na reeleição ilegal, Maia estimulava candidaturas de centro, tentando dividir o “eleitorado” de Lira. Mas a estratégia falhou. Maia correu o risco de ser chamado de mentiroso, ao atribuir o projeto político a Bolsonaro. Toda Câmara sabe que Lira é candidato há anos.

Demissão era prevista para janeiro

O presidente Jair Bolsonaro já avaliava eventual reforma ministerial no início da segunda metade do seu governo, em janeiro. Por isso, a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, ocorre antes do previsto. Era dada como certa, mas não por influência do ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, que o ex-ministro chamou de “traíra”, e sim por decisão do próprio Bolsonaro.

Aposta perdida

No Planalto, a certeza é que Bolsonaro pagou preço alto ao não demitir o ministro do Turismo por ocasião do escândalo das candidaturas “laranja”.

Falta investir

Delfim Netto tem criticado o governo Bolsonaro por não promover investimentos públicos na medida do que é necessário. “Isso estimularia o investimento privado”, lembra.

Lorota

O ex-ministro sai mal, atacando e ainda contando a lorota de que teria sido praticamente o responsável pela vitória de Bolsonaro em 2018.

Gavetas

Faltam treze dias para o fim do reinado absoluto de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre na Câmara e no Senado. A dupla já pode começar a esvaziar gavetas.

Codinome

Bolsonaro se livrou de um ministro que não tem nome que divulga. Seu verdadeiro nome é Marcelo Henrique Teixeira Dias.

Nada

“Todo pilantra, canalha, incompetente e sem saber o que fazer no parlamento ou na vida, vira defensor dos fracos e oprimidos, de concreto nada.” Do deputado José Medeiros.

Frase

"Se Deus quiser, com tudo pronto, nós iniciaremos a vacinação” Ministro Eduardo Pazuello (Saúde) prevê o início da imunização para o final de fevereiro

Altos e baixos

O banco Modalmais fez recomendações de ações para 2021. Entre as de “alto risco” está a JBS, estrela da Lava Jato, cujas ações, segundo o levantamento, não têm o mesmo desempenho dos balanços da empresa.

Bom para o País

Para o ministro Fabio Faria (Comunicações), o anúncio da concessão de 22 aeroportos para a iniciativa privada, é uma “excelente notícia para o País” e parabenizou o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura).

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