OPINIÃO

Não vai ser fácil para Rodrigo Maia perder regalias, como usar jatinhos à vontade

Só nos últimos três meses, plena pandemia, foram 48 voos, a maioria de duvidosa utilidade para o País

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 14/12/2020 às 6:09 | Atualizado em 14/12/2020 às 6:11
BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM
"Eu nunca disse que ia dar (andamento ao processo). Vocês (da imprensa) ficam ouvindo as pessoas e não confirmam comigo", disse Rodrigo Maia - FOTO: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

Prestes a perder o jatinho

Muitos estranham o nervosismo de Rodrigo Maia que, na prática, com o recesso no dia 22, está a 8 dias do fim da sua presidência na Câmara. Não é fácil perder regalias como usar jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB,) à vontade, por conta do pagador de impostos, como fez por quase 900 vezes. Só nos últimos três meses, plena pandemia, foram 48 voos, a maioria de duvidosa utilidade para o País. E já totaliza 864 voos desde a posse, em 2016. Encarar filas em aeroportos deixa qualquer um nervoso. Só em 2019, Rodrigo Maia realizou 250 voos com jatinhos da FAB, número maior que o de dias úteis na Câmara. Em 2018, foram 198. Afora Brasília, o destino predileto de Maia este semestre foi São Paulo: 24 viagens. Somente desde julho viajou ao Rio, cidade natal, 18 vezes. Após votar na eleição do dia 15, no Rio, Maia pegou jatinho da FAB para Brasília. Desde então voltou ao Rio, com a FAB, duas vezes. Além do presidente da República, os presidentes da Câmara, Senado e STF, além de ministros e chefes militares têm direito de requerer jatos.

Brasil se recupera bem da crise

O Brasil segue dando seguidas demonstrações de recuperação econômica e é um dos líderes no índice que compara esforço fiscal no combate à pandemia ao resultado obtido no PIB, no terceiro trimestre do ano. Segundo estudo do banco Modalmais, o Brasil empregou cerca de 12% do PIB em ações de combate ao covid-19 e observou queda de cerca de 4% na economia, o que nos coloca em 4º lugar entre 16 países pesquisados, atrás apenas de Estados Unidos, Dinamarca e Suécia. EUA (-3,5%), Dinamarca (-3,4%) e Suécia (-3%) foram melhores na recuperação, mas gastaram, proporcionalmente, até o dobro do Brasil. Países latinos como México e Colômbia fizeram esforço menor, entre 2% e 3% do PIB, mas amargam quedas de quase 10% na economia. O Chile viu a economia desabar 10% no 3º trimestre, pior resultado dos países avaliados, apesar do esforço fiscal similar ao brasileiro.

Covid no bolso

Levantamento sobre dívidas revelou que 75% dos brasileiros afirmaram que tiveram dificuldades em pagar contas nos últimos meses. Além da covid, 59% dizem que faltou planejamento financeiro para a pandemia.

Fake oficial

Em resposta ao site Diário do Poder, que revelou que nem mesmo o laboratório chinês sabe a eficácia da Coronavac, o Butantan publicou fake news: disse que a 3ª fase de testes conta com “13 mil voluntários”. São só 74 doentes. São 13 mil profissionais de saúde no projeto.

Simples e eficaz

O secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, falou do sucesso das medidas que possibilitaram a recuperação em V da economia. “É o setor produtivo que nos diz o que fazer”, disse.

Repúdio na Abin

Associação de servidores da Abin repudiou a acusação da produção de documento para a defesa jurídica de Flávio Bolsonaro. “seguem estrito controle de conformidade” e “passam por diversas etapas para garantir padrões éticos e legais”, assegura.

Precipitação

O deputado Darcísio Perondi (MDB-RS) disse não concordar, como médico, com a Academia Nacional de Medicina quando chama de “criminosa” a política do governo federal no combate contra a pandemia. “Precipitação da Academia da qual fui homenageado”, lamentou.

Rotina

O embaixador de Donald Trump em Brasília, Todd Chapman, participou do lançamento do submarino Humaitá, a convite da Marinha. Disse que é “uma honra acompanhar o senhor presidente Jair Bolsonaro”.

Frase

"O interesse de cada um prevalece sobre o interesse do Brasil”, afirmou o deputado Rodrigo Maia em declaração que parecia uma autocrítica, só que não.

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