Bofetada no contribuinte
Uma das regalias mais indignas pagas pelas estatais federais a diretores e funcionários é um penduricalho chamado "vale peru". O Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais, elaborado pela Secretaria de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, mostra também que quase todos esses cabides de privilégios dobraram espertamente o valor do auxílio-refeição, inventando uma tal "cesta alimentação" paga treze vezes por ano, incluindo a parcela do vale peru. Quem precisa de auxílio emergencial também banca R$ 831 do auxílio-refeição e R$ 654 da cesta-alimentação do pessoal do Banco do Brasil. Os sem-oxigênio pagam a "assistência à saúde" de R$ 2,2 bilhões por ano do pessoal da Petrobras. No Banco do Brasil, são R$ 2,3 bilhões. Estatais quebradas são as campeãs em penduricalhos. A Infraero, por exemplo, usa nosso dinheiro até para pagar "auxílio combustível". O BNDES é uma gracinha com dinheiro público: paga R$ 1.521 por mês em "auxílio-refeição" e mais R$ 654 na espertíssima "cesta alimentação".
Lira demitiu 504; Câmara não parou
O presidente da Câmara, Arthur Lira, exonerou 504 ocupantes de "cargos de natureza especial", os CNEs, que rendem até R$ 22 mil por mês, quase todos nomeados pelo antecessor. Mas não há sinais de que as demissões tenham afetado a rotina da Câmara. Nomear CNEs, inclusive a pedido de deputados, fora da quota do seu gabinete, é um dos poderes do presidente da Câmara, e Rodrigo Maia revelou-se especialista em inchar a máquina com o bolso de quem paga impostos. Só de 20 de dezembro a 8 de janeiro, Maia fez 19 nomeações em busca de votos para Baleia Rossi. Mudou até o departamento de patrimônio. Donos de cargos CNE assinam ponto das 9h às 12h. Depois, ficam livres para ir ao cinema, academia, shopping e, eventualmente, até trabalhar. Com as demissões, Arthur Lira "zerou o jogo". Alguns podem até ser renomeados, mas essa será uma decisão do novo presidente.
Boa notícia
A média diária de novos casos de coronavírus despencou de 54,6 mil para 45,4 mil desde o início da vacinação. É o menor patamar em um mês e a expectativa é que essa tendência se reflita agora nos óbitos.
Limpando mofo
Há uma semana no cargo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, manda nesta terça (9) à Comissão de Constituição e Justiça a Reforma Administrativa engavetada por Rodrigo Maia desde 3 de setembro.
Os prêmios...
Ao reclamar que as loterias da Caixa entraram na mira das privatizações quando "recursos arrecadados com jogos bateram recorde" de R$17,1 bilhões, a pelegada só lembrou que o "jogo de azar" estatal é lucrativo.
Apologia
Deputado José Medeiros (Pode-MT) criticou discurso "lacrador" de quem comemora fala do "historiador" que disse que "Bolsonaro vai ter que levar outra facada para fugir dos debates". Para ele, quem usa o crime como premissa para sustentar um argumento "pegou no cabo daquela faca".
Sempre mala
O ex-presidente mala da Câmara atribuiu a derrota do candidato Baleia Rossi à "traição" do ex-prefeito ACM Neto. É lorota: o vencedor, Arthur Lira, teve 302 votos (16 do DEM), mais do dobro dos 145 de Baleia.
Mais doses
O governo trabalha com a certeza de que até o fim deste mês devem chegar ao Brasil mais 30 milhões de doses vacinas da AstraZeneca, e outras 70 milhões ao longo dos próximos dois trimestres.
Velocidade
Na polêmica sobre o número de vacinas, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), continua com a faca na bota: "A Anvisa tem seu ritmo e visão de velocidade, e o Congresso tem a velocidade do povo."
Vacina 5G
Na Suécia para tratar de tecnologia 5G, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, encontrou não por acaso Marcus Wallenberg, sócio da Ericsson e controlador do laboratório AstraZeneca. Engatou o pedido de mais vacinas em prazo mais curto. Wallenberg prometeu examinar.
Frase
"Rodrigo achou que era proprietário das decisões dos deputados" - Ronaldo Caiado (DEM) sobre a derrota de Rodrigo Maia na eleição do próprio sucessor.
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