Opinião

O Brasil está afundado na dependência das termelétricas

O setor de energia passa a sensação de que todos trabalham para garantir faturamento bilionário da geração cara e suja de termelétricas. Leia os destaques de Cláudio Humberto

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 01/09/2021 às 6:45
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Usina termelétrica da Celpe no complexo de Suape. - FOTO: Divulgação

Brasil sem energia e sem planos para geração

Ao anunciarem o aumento de R$14,20 para 100 kWh consumidos, autoridades do setor de energia como o ministro de Minas e Energia e o diretor-geral da agência reguladora Aneel, André Pepitoni, conseguiram não mencionar, certamente por desinteresse, providências para estimular e incentivar projetos de geração de energia - sobretudo mais barata e renovável, como solar e eólica - que livre o Brasil da dependência das termelétricas. Ao contrário: o País afunda mais nessa dependência. O ministro Bento Albuquerque parece viver em outro país. Disse ontem que a geração de energia no Brasil é "compatível com a demanda". Pepitoni anunciou, com incontida satisfação, a mais recente invenção da Aneel para alegrar as termelétricas: a "bandeira de escassez hídrica". O diretor da Aneel diz que chega a R$13,8 bilhões o custo das térmicas. "Foi necessário criar essa bandeira para fazer frente a esse custo", disse. O setor de energia passa a sensação de que todos trabalham para garantir faturamento bilionário da geração cara e suja de termelétricas.

51 milhões de vacinas em agosto

O Plano Nacional de Imunização (PNI) bateu novo recorde na campanha de vacinação contra a covid e aplicou 51 milhões de doses somente no mês de agosto, equivalente a cerca de 1,65 milhão de doses por dia, em média, segundo o portal de monitoramento vacinabrasil.org. Os resultados obtidos em agosto são tão impressionantes que superam o recorde anterior em 20%. Foram 10 milhões a mais de doses aplicadas em agosto em comparação a julho, que havia sido o melhor mês do PNI. Julho foi o primeiro mês com média acima de 1 milhão de doses por dia, totalizando um pouco mais de 40,7 milhões de vacinas em 31 dias. A aceleração do ritmo do PNI é comprovada pelos números. O Brasil aplicou 194 milhões de doses, quase metade nos últimos dois meses. O Brasil também registrou queda nas médias diárias de casos, 35,6 mil para 23,1 mil, e mortes, que desabou de 991 para 667, a menor do ano.

Que papelão

Foi constrangedor a forma como o coordenador do Atlas da Violência tentou transformar a queda de 22% nos homicídios em notícia ruim. Alegou que houve alta nas mortes violentas com causa indeterminada, mas mesmo somando ambos, é o menor patamar da série disponível.

E os criminosos?

Aliás, o Atlas da Violência continua repetindo a cada levantamento que são negras (e pardas) 70% das vítimas da violência. São mesmo, mas, curiosamente, omitem dados como esse sobre os autores dos crimes.

É só o começo

Especialistas em energia avisam que, em termos de energia, os brasileiros terão um início de 2022 muito pior que o trágico ano de 2021. E não se fala em investimentos na geração de energia.

Parcelamento

Apesar da polêmica, a PEC dos Precatórios, que permite ao governo parcelar em vezes suas dívidas acima de R$66 milhões, recebeu parecer positivo do relator na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC).

'Dadosbrás'

A Câmara aprovou a PEC que inclui na Constituição a proteção de dados do cidadão. Até aí tudo bem, mas suas excelências queriam também criar outro órgão público para "regular a proteção de dados". Não passou.

Lembrança

O líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), lembrou ontem no plenário do Senado que são legítimas as manifestações de apoio ao governo Bolsonaro marcadas para o dia 7.

Frase

"Falta de planejamento deste e dos últimos governos", deputado Júlio Delgado (PSB) sobre a nova bandeira tarifária da energia elétrica.

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