Coluna Cláudio Humberto

Senador governista indica inexperientes para a Aneel

O risco de nomear despreparados nas agências reguladoras é que viram presas fáceis para lobistas, que passam a influenciar suas decisões

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 05/04/2022 às 8:15 | Atualizado em 05/04/2022 às 8:17
Waldemir Barreto/Agência Senado
Senador governista Marcos Rogério (PL-RO) - FOTO: Waldemir Barreto/Agência Senado

Após haver reclamado, em julho de 2020, que teriam provocado "fricção" no Senado indicações para a diretoria da Aneel, o senador governista Marcos Rogério (PL-RO) não se fez de rogado e emplacou dois diretores na agência reguladora de energia elétrica. Os cargos são ambicionados pelos políticos porque dão muito poder aos seus ocupantes, e a quem os indica. As duas escolhas do senador são de advogados de Rondônia, tanto quanto Efraim Cruz, encontra-se de saída, em fim de mandato.

Um dos indicados, Fernando Mosna da Silva, é assessor no gabinete do próprio senador. Trata-se de um procurador neófito em eletricidade. O outro indicado por Marcos Rogério, Ricardo Tili, andava encostado na diretoria da Eletronorte, perdido como cachorro em dia de mudança.

O risco de nomear despreparadas nas agências reguladoras é que viram presas fáceis para lobistas, que passam a influenciar suas decisões. A Aneel tem histórico de privilegiar os interesses de empresas bilionárias do setor elétrico, em desfavor do pagador de impostos que a sustenta.

Em SP, maioria não tem candidato

Levantamento do Paraná Pesquisas mostra que quase 87% dos eleitores de São Paulo afirmam espontaneamente não saberem em quem votarão para governador do Estado. Isso fica claro na parte do levantamento em que o eleitor é solicitado a manifestar sua intenção de voto. Indagado sobre em quem votariam para governador se a eleição fosse hoje, 70,5% afirmam não saber e 16,6% responderam "ninguém". Os 87,1% mostram amplo espaço de crescimento para candidatos menos conhecidos.

Murilo Hidalgo, do Paraná Pesquisas, destaca que o ex-ministro Tarcísio Freitas (PL) e Rodrigo Garcia (PSDB), atual governador, ainda podem crescer muito. Tarcísio foi o mais citado nas referências espontâneas de intenção de voto: 5,4%. Haddad (PT) soma 3,5%.

Foram entrevistados 1.820 eleitores face-a-face em 78 municípios, entre 27 e 31 de março. O registro no TSE recebeu o n.º SP-07095/2022.

Compliance

O ex-quase-futuro presidente do conselho de administração da Petrobras foi abatido em pleno voo pelo compliance tardio do governo, que só verificou a ficha do distinto após sua indicação se tornar
pública.

Naniquinho

Após o fim da janela (de infidelidade) partidária, o Rede Sustentabilidade continua o menor partido da
Câmara, com apenas um representante: Joenia Wapichana (RR). Aliás, líder dela mesma.

Menos partidos

Após o fim da migração partidária de deputados, o total de partidos representados na Câmara dos Deputados caiu de 30, no início da legislatura, em 2019, para os atuais 23.

Ritmo

Desde PT (86) e PMDB (78), na eleição de 2010, um partido não conquistava uma bancada federal tão
numerosa quanto o PL de Bolsonaro, com os atuais 73 deputados. Em 2023, muda tudo de novo.

Interesses

As conversas sobre possível aliança entre PSDB, União Brasil e MDB para candidato de "terceira via" continuam somente fantasia de algumas lideranças partidárias. Entre pré-candidatos, a ideia é
rejeitada.

Tentação

Com dificuldade para organizar o PP no Estado, o governador de Roraima, Antonio Denarium, é acusado de fazer propostas tentadoras a outros partidos, como o Podemos do ex-deputado Luciano Castro.

Frase

Não pode virar mais um ano sem ser votada" - Senador Luiz do Carmo (PSC-GO), defende a votação da reforma tributária no Congresso

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