Coluna Cláudio Humberto

Réus bolsonaristas tornam STF subitamente ágil

Supremo não tem a mesma pressa quando se trata de políticos, digamos, de outros campos. O ministro Dias Toffoli também suspendeu a cassação de um deputado de Brasília, em 2020, e até hoje, 441 dias depois, não há sinais de que o caso vá a julgamento no STF

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 09/06/2022 às 7:17
CAROLINA ANTUNES/PR
Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) - FOTO: CAROLINA ANTUNES/PR

Se o Supremo Tribunal Federal (STF) levou apenas quatro dias para derrubar a decisão que suspendia a cassação de dois deputados bolsonaristas, não tem a mesma pressa quando se trata de políticos, digamos, de outros campos. O ministro Dias Toffoli também suspendeu a cassação de um deputado de Brasília, em 2020, e até hoje, 441 dias depois, não há sinais de que o caso vá a julgamento no STF. O deputado foi cassado em 7 de outubro e nove dias depois Toffoli cassou a medida. A cassação suspensa 16 de outubro de 2020 envolve um rico empresário que é deputado distrital em Brasília, José Gomes (PP). Gomes foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por "abuso de poder econômico" contra funcionários de suas empresas. A decisão vapt-vupt de Toffoli, suspendendo a punição de Gomes, saiu logo após a cassação. A suplente Luzia de Paula nem esquentou lugar. Certo de que nada lhe vai acontecer, e como o abuso de poder foi relativizado no STF, Gomes agora é pré-candidato a deputado federal.

Incapacidade mexicana

Centenas de brasileiros têm sofrido prejuízos materiais e psicológicos com a incapacidade do governo
do México de fazer funcionar seu sistema de "autorização" de entrada no país. A instabilidade, o
tempo fora do ar e a falta de opções para obter o visto leva muitos brasileiros a perderem até R$30 mil não devolvidos por hotéis e empresas de tour, que se aproveitam da incompetência oficial para aplicar o golpe. Os casos são os mais variados, desde luas de mel frustradas a casamentos em que só o noivo teve a entrada autorizada no México. Quem foi ao consulado em SP, sequer teve a porta aberta para uma explicação. Recebeu, pela janela, papel com e-mail do "fale conosco". O cônsul José Ramón fugiu do assunto, passando a bola para o governo do seu país. Passou número e e-mail, no México, que não respondem.

Única certeza

A divulgação de pesquisas sobre o mesmo tema, no mesmo dia, não ajuda na credibilidade dos institutos.
Se um fala em vitória de candidato no 1º turno, outro fala em disputa acirrada, algum vai passar vergonha.

Desespero

O pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) dá sinais de desespero. Sem ter mais o que prometer para tentar crescer nas pesquisas, resolveu assumir o compromisso de "liberar arquivos sobre OVNIs no
Brasil".

Eymael

Sem exposição nas manchetes, Eymael (DC) empatou com Simone Tebet (MDB) e está à frente de Luciano Bivar (União), que lançou sua candidatura com festa. Terceira via poderia ser a chapa Eymael-Tebet.

Alquimistas

Patrick Costa, ex-diretor da agência de propaganda Scala, e Rodrigo Moreira, atual gerente, deixaram
digitais em licitações nos ministérios da Saúde e Ciência e Tecnologia. São chamados no meio de
"alquimistas".

Descalabro

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) disse que o projeto permitindo a penhora de imóveis para quitar dívidas é um descalabro: beneficia apenas os bancos e empurra milhares de famílias para a pobreza.

Alívio

Em almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro disse que respeitará os resultados das urnas "vença quem vencer". "Todos nós queremos eleições limpas e transparentes", avisou.

Frase

O que faz um país é seu povo. Proteger o povo é proteger a nação" Arthur Lira (PP-AL), presidente da
Câmara dos Deputados

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