Cerca de 80% dos microempresários fecham negócios através do Whatsapp. E agora?
Com a pane global das redes sociais (Whatsapp, Facebook e Instagram) nesta segunda-feira (4), muitos microempresários ficaram sem seu principal canal de vendas. O que fazer nesta hora? Ouvimos um especialista do Sebrae-PE
Antigamente, o especialistas em negócios recomendavam aos empreendedores que não ficassem de fora do mundo digital. Hoje o conselho pode ser ampliado: "não concentre tudo em apenas um canal de vendas". A afirmação é do gerente do Laboratório de Estratégias Digitais em Negócios, do Sebrae-PE, Thiago Suruagy, se referindo a pane que tirou do ar na tarde desta segunda-feira (4), três das principais redes sociais globais: Whatsapp, Instagram e Facebook. Por volta das 19h, as plataformas estavam com os serviços sendo restabelecidos aos poucos.
Panes como aconteceram nesta segunda-feira são raras mas, quando acontecem, colocam à mostra a dependência que os consumidores e as empresas têm dos canais digitais para fechar negócios. "Numa situação como esta, tente fazer do limão uma limonada. Eu vi que no Telegram o número de novos usuários cresceu muito. O empresário poderia rapidamente entrar no Telegram e utilizar esse mote para fazer uma ação de vendas. Até porque o Telegram avisa quando um usuário novo entra na rede, disseminando a informação entre seus contatos".
DIVERSIFICAR
Thiago relembra quando, em 2016, o Magazine Luíza aproveitou o acidente com a presidente do grupo, Luíza Helena Trajano, para lançar uma nova campanha de venda. Dona Luiza caiu quando conduzia a tocha Olímpica pelas ruas da cidade de Franca (SP). O Magazine Luiza aproveitou o momento de grande exposição e lançou rapidamente a hastag "cairfazparte" para promover descontos. "Um momento que poderia ser embaraçoso foi o mote para que a empresa alavancasse as vendas", lembrou Thiago.
O Whatssapp ficar fora do ar é um impacto enorme para os micorempresários, porque muitos negócios são gerados através dele. "A facilidade de acesso ao Whatsapp faz com que 79% das microempresas estejam nele, enquanto apenas 6% fazem uso de lojas online ou plataformas de e-commerce próprios. Ou o pequeno negócio vai para outras redes, ou até para o meio físico também, ou fica sob o risco de uma nova pane. Não dá para focar tudo em um único canal de vendas", orienta Thiago Suruagy, pontuando ainda que 87% dos tráfegos de acesso a lojas online estão nos market places como Magalu, Americanas, Amazon, Mercado Livre, etc. "Estar presente em vários canais de venda é fundamental", resumiu.