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WhatsApp, Facebook e Instagram voltam a funcionar após mais de seis horas fora do ar

As redes sociais estavam sem funcionar em todo o mundo

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Bruna Oliveira, Amanda Azevedo, Estadão Conteúdo

Publicado em 04/10/2021 às 18:52 | Atualizado em 05/10/2021 às 1:31
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Após mais de seis horas fora do ar nesta segunda-feira (4), WhatsApp, Facebook e Instagram voltaram a funcionar na noite desta segunda-feira (4). Os serviços tinham sido interrompidos aproximadamente 12h20 (horário de Brasília) e começaram a ser retomados por volta das 18h50. As redes sociais pertencem ao grupo administrado pelo programador e empresário Mark Zuckerberg, que teve uma perda estimada de US$ 5,9 bilhões em sua fortuna pessoal por causa do problema.

De acordo com o site Down Detector, conhecido por apontar falhas em serviços na internet, o problema não ficou restrito ao Brasil: houve relatos de instabilidade em diversas regiões do planeta, incluindo América Latina e Europa.  A instabilidade também afetou plataformas e serviços que usam o login do Facebook, como games.

Às 17h, Mike Schroepfer, CTO do Facebook, disse: "Nossas sinceras desculpas a todos os afetados pela interrupção dos serviços do Facebook neste momento. Estamos passando por problemas em nossas redes e nossos times estão trabalhando para resolver essa situação o mais rápido possível".

O que causou a queda?

O Facebook afirmou, em comunicado, que a interrupção das suas redes e serviços de mensagens foi provocada por uma "mudança de configuração defeituosa" em seus servidores, o que impediu o acesso às plataformas Instagram, WhatsApp ou Messenger por cerca de sete horas. 

"Pessoas e empresas ao redor do mundo dependem de nós para se manterem conectados", observou a empresa, que até então se mantinha praticamente silenciosa sobre o ocorrido.

"Apresentamos nossas desculpas aos que foram afetados", acrescentou o Facebook, referindo-se possivelmente a bilhões de pessoas no mundo, de acordo com vários especialistas em segurança cibernética.

Com a queda, as ações do Facebook também caíram. Embora outras empresas de tecnologia também tenham visto o movimento, a retração do Facebook é maior. A rede social chegou a ter queda de 5,3%, mas fechou o dia com redução de 4,89%, a maior desde novembro do ano passado. A queda ocorre numa onda de retração das ações de empresas de tecnologia, mas a rede de Zuckerberg ficou abaixo do patamar das concorrentes, que viram reduções no valor dos papeis de 2,8%. Zuckerberg teve uma perda estimada de US$ 5,9 bilhões em sua fortuna pessoal.

No momento da pane nos aplicativos da empresa, Antigone Davis, chefe de segurança do Facebook, estava em uma entrevista ao vivo para o canal americano CNBC. A executiva estava participando de um programa para falar sobre as pesquisas internas da companhia, que foram vazadas ao longo das últimas semanas, e defender os algoritmos que regiam as plataformas.

Desde que o jornal americano Wall Street Journal revelou apresentações de pesquisas do Facebook sobre saúde mental de adolescentes - e como a empresa tinha conhecimento de que seus algoritmos ajudavam em fatores como depressão e ansiedade - a companhia de Zuckerberg tem estado na linha de frente de um escândalo. No último dia 30, Antigone foi até o senado prestar depoimento em uma investigação sobre a proteção de crianças nas redes sociais. Na próxima terça-feira, 5, quem vai comparecer à corte é Francis Hauger, ex-funcionária responsável pelo vazamento das pesquisas.

"Problemas técnicos prejudicam a imagem do Facebook, que está especialmente desgastada nessas últimas semanas. Essa queda é um arranhão na imagem do Facebook de superpoderoso da tecnologia, mas não creio que isso vá fazer os produtos do Facebook perderem força. No caso do WhatsApp, por exemplo, as pessoas já usam amplamente o aplicativo no Brasil, até para assuntos de trabalho, e não devem abandoná-lo tão rápido por outra plataforma. Até porque esse problemas similares de instabilidade acontecem com plataformas de todos os tipos, inclusive apps de bancos", diz Breternitz.

Integração de plataformas

Em junho passado, houve uma queda de 10 minutos no WhatsApp e no Instagram. Antes, em março, os dois serviços e o Facebook, também ficaram fora do ar por cerca de 50 minutos. No ano passado, as últimas instabilidades foram reportadas em julho e setembro de 2020. Antes disso, em maio, uma falha centralizada na América Latina impossibilitou a execução de funções básicas como envio de mensagens, comentários e realização de publicações nos três serviços. Em março daquele ano, as redes sociais do grupo chegaram a ficar fora do ar por quase 24 horas depois de mudanças nas configurações dos servidores da companhia.

Com a maior integração entre as três plataformas, é comum que todos os serviços da empresa passem por instabilidade de maneira conjunta.

Entre especialistas, corre a especulação de que parte dos problemas frequentes tem sido causados pelo plano de integração entre WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger, que foi anunciado em janeiro de 2019 e que teve início em 30 de setembro de 2020 com a integração do Facebook Messenger e Instagram. O recurso irá permitir que as pessoas se comuniquem de um mensageiro para o outro, sem trocar de aplicativo.

O Instagram também busca estar mais integrado ao WhatsApp. O aplicativo já testa um botão que levará o usuário diretamente a uma conversa no WhatsApp. Antes, o Instagram permitia que os usuários conversassem apenas dentro do próprio app, por mensagem direta. Anúncios do Instagram também terão integração com o WhatsApp.

Por volta das 18h45, começaram a relatar a volta do acesso às plataformas. "Instagram, WhatsApp e Facebook estão iguais a minha saúde mental. Uma hora funciona e outra hora não", escreveu um usuário do Twitter sobre o retorno gradual.

Outra usuária reclamou do WhatsApp ainda não estar disponível para ela, apesar de outras pessoas já estarem utilizando o aplicativo de mensagens. "WhatsApp, se você tem algo contra mim, fale logo, viu? Não é possível que o de todo mundo está voltando e o meu, nada", desabafou.

Já outro internauta brincou com a situação e disse que "as pessoas irão sair do Twitter depois da volta do WhatsApp e Instagram".

Apesar das três redes administradas por Zuckerberg e outras plataformas saírem do ar nesta tarde, o Twitter apresentou pouca instabilidade nesta segunda-feira (4), sendo o principal serviço pelo qual os internautas fizeram reclamações.

 

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