Cinco "investimentos" que, na verdade, não são investimentos
É muito comum as pessoas confundirem maus negócios com investimentos, Investimento é aquilo que te dá retorno, que vai te rentabilizar de alguma forma. Leia a opinião de Leandro Trajano
Certamente, você também já viu o mesmo que eu: muita gente bater no peito, se orgulhar por ter feito investimentos e estar avançado nesse caminho. Mas, a realidade é que, muitas vezes, são maus negócios. Por isso, resolvi falar de cinco desses “investimentos” que costumam ser pegadinha na vida de várias pessoas. Fique atento e busque reais oportunidades de investir, e se alguma dessas deu certo para você, que bom, foi realmente premiado, tem disso também.
O primeiro “investimento” que você ou alguém da sua família pode ter caído é a compra do imóvel, investir na casa própria. Os nossos pais passaram para a gente que essa aquisição é importante porque “haja o que houver, você vai ter o seu canto, o seu teto”. Na realidade, se for financiado e você deixar de pagar a prestação por três, quatro meses, vai ver que ele não é tão seu, está em nome do banco, e diante de sua dívida, pode ir a leilão.
É preciso entender que imóvel é passivo e não ativo, pois, com a compra dele, você tem condomínio, IPTU, taxa de bombeiros, despesas de manutenção, energia, água, além das despesas iniciais que muitos têm antes de entrar no imóvel com reforma. Ou seja, mais gastos no seu dia a dia.
Investimento é aquilo que te dá retorno, que vai te rentabilizar de alguma forma, se é para morar, você pode encarar como um investimento filosófico, emocionalmente falando. Se você compra um apartamento para alugar, aí sim, pode ser um investimento. Mas, de alguns anos para cá, poucos alugueis estão valendo a pena para os proprietários.
O segundo “investimento” que não é investimento é a compra de criptomoedas, sendo bitcoins a mais famosa delas. A minha concepção é que se trata de uma aposta e não de investimento. É um ativo, o governo brasileiro (e não só ele), não vai assumir como moeda e admitir duas “moedas” em circulação no país. Sendo assim, devemos declarar no imposto de renda como um ativo. Mas, de certo, esse ativo não vai
produzir para você. Se você tem um bitcoin, vai ter sempre essa mesma quantidade.
O que pode acontecer é o valor de uma unidade valorizar ou desvalorizar, como acontece quando compramos moeda estrangeira que, da mesma forma, tende a variar de acordo com a oferta e demanda. As criptomoedas, como o nome nos remete, são em sua essência moedas, livres de intervenções e intermediários, com mais autonomia, mas que surgiram para ser transacionadas. Porém, é possível ver pessoas que as defendem como um investimento, que pode ser indicado para a proteção do portfólio, da carteira de investimentos.
Agora, trago o terceiro que muita gente chama de investimento: a previdência privada. Pode ser um bom investimento ou um péssimo negócio, a depender de vários detalhes que, em geral, não são analisados da melhor forma, o que termina levando muita gente a aportar recorrentemente em produtos de péssima qualidade e ineficazes, porém, claro, existem bons produtos e que fazem sentido no planejamento financeiro de muita gente. Eu vejo a previdência como uma renda complementar para o seu futuro, muitos veem como um seguro, uma forma de você garantir uma velhice mais tranquila. É uma alternativa para se planejar e ter segurança no longo prazo.
Digo mais: ao longo desses anos trabalhando com planejamento financeiro, ainda não encontrei ninguém que tivesse uma previdência e pudesse viver no futuro apenas com a renda que essa previdência vai proporcionar. Ou seja, é mais um meio para um futuro mais tranquilo, mas não vai sanar todas as despesas dessa fase.
Frequentemente, vejo também títulos de capitalização e consórcios serem vendidos como investimentos. Os títulos de capitalização, em muitos casos, você tira menos do que aportou ao longo do tempo, tendo como vantagem indicada no contrato a participação em sorteios.
Cuidado com esse tipo produto, que termina se assemelhando a uma rifa ou produtos de loteria. E o consórcio vem como uma forma de pagamento, meio para a aquisição do imóvel que a pessoa deseja morar, o que, como vimos mais acima, se caracteriza como um passivo e não um ativo.
Cuidado ainda com as pirâmides, que a cada ano pegam milhares de pessoas por aí. Em geral, as que caíram, buscavam ganhos fora da curva, alta rentabilidade num curto prazo, e esses atalhos não se encontram assim, mas as promessas existem em cada esquina, em muitos perfis nas redes sociais. E sempre terá alguém que vai testemunhar a favor, afirmar que teve ganhos, retorno, e isso acontece de fato, acontece com os primeiros a aderir, pois o estelionatário precisa ter algumas pessoas que bravem aos quatro ventos que dá certo e que contem vantagem por aí, e esses trarão mais gente e quando o “circo tiver armado”, o golpe acontece!
Tenha atenção para esses cinco exemplos que eu trouxe hoje para você. Alguns deles têm pontos positivos na vida de uma pessoa, a partir do momento que você entende e tem claro na mente o motivo pelo qual está adquirindo aquilo, o propósito e papel dele no seu planejamento. Siga em frente e procure boas oportunidades de investir respeitando sempre o seu perfil, seja ele conservador, moderado ou arrojado.
Até a próxima!