A nova versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será aplicada em todos os 26 Estados e o Distrito Federal. Inicialmente, a prova pelo computador seria realizada em 18 Estados, para um universo de 100 mil candidatos, conforme consta no edital publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (31). Diante de queixas de estudantes, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela avaliação, anunciou que vai estender o exame digital para todo o Brasil.
As provas serão realizadas nos dias 11 e 18 de outubro. Já o Enem impresso, no formato tradicional, vai acontecer em 1° e 8 de novembro. O participante tem que optar por qual modelo quer fazer o exame. O Inep ressalta que "uma vez inscrito numa modalidade, não haverá possibilidade de alteração. Um participante inscrito para o Enem Digital não pode posteriormente optar pelo Enem impresso e vice-versa". As inscrições custam R$ 85 e devem ser realizadas de 11 a 22 de maio.
Nove Estados ficaram de fora do primeiro edital: Paraíba e Sergipe, no Nordeste; Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, na região Norte; e Mato Grosso, no Centro Oeste.
"O Inep irá redimensionar a aplicação do Enem Digital 2020 e estender a aplicação-piloto do novo modelo para todos os estados brasileiros e o Distrito Federal. A ação atende a uma série de demandas recebidas ao longo do dia (terça-feira) e visa levar o Enem Digital, em seu primeiro ano de implementação gradativa, para todo o Brasil", explica o órgão.
O instituto informa também que "a nova tabela com a distribuição de vagas e os novos municípios de aplicação do Enem Digital será publicada oportunamente no Diário Oficial da União". Para Pernambuco, no primeiro edital, foram destinadas somente 840 vagas, no Recife. Foi o segundo Estado com menos vagas, ficando acima apenas do Amapá, que teve 728 vagas. São Paulo teve o maior número de vagas, 23.479, distrubuídas em 14 cidades.
ADIAMENTO DAS PROVAS
O ex-ministro da Educação Mendonça Filho, em live na rede social na noite desta terça-feira (31), defendeu o adiamento do Enem para o mês de dezembro e a gratuidade do valor da inscrição para todos os participantes. "Por conta do coronavirus o calendário escolar foi alterado, alunos e famílias tensos, antecipação das férias. Publicamente defendo que o mais prudente seria mudar a aplicação do Enem para dezembro", defendeu o ex-ministro.
Mendonça participou da live a convite do professor de matemática Marcello Menezes, que também defende o adiamento. "Nem todos alunos conseguem seguir as atividades online, nas plataformas digitais. Por mais que as escolas estejam enviando material, muitos reclamam não ter acesso, não conseguir seguir o material", explicou o professor.
Mendonça garantiu que a intenção não é a de criticar as medidas do governo e sim a de se posicionar a respeito de um processo que ele tem conhecimento de sua complexidade. "Acho que é importante buscar um diálogo com o MEC para que possa prevalecer um consenso do melhor cenário para os jovens", destacou Mendonça.
A live contou com a participação da professora Maria Inês Fini, que na gestão de Mendonça no Ministério da Educação presidiu o Inep. Durante a live, a professora propôs a taxa zero para o exame, também foi defendida pelo ex-ministro.
"Em um momento em que o Brasil todo defende o adiamento do prazo para pagamento de dívidas, tributos e impostos, corona voucher e outras medidas, a gratuidade para todos que vão prestar o Enem se faz necessária e é um alívio para as famílias", completou.
Pelas atuais regras do Enem, não pagam a taxa de inscrição do exame estudantes que estejam no último ano do ensino medio em 2020 e em escola pública; quem cursou todo o ensino médio na rede pública ou como bolsista em colégio privado e tenha renda igual ou menor que um salário mínimo.
A gratuidade é concedida também para quem está em situação de vulnerabilidade socioeconômica por ser membro de família de baixa renda. Nesse caso, ao se increver, o candidato deve informar o Número de Identificação Social (NIS), único e válido. É preciso ter renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos
PROGRAME-SE
6 a 17 de abril - Pedido de isenção da taxa de inscrição no Enem 2020 e para justificar a ausência no Enem 2019
24 de abril - Resultado com os nomes dos candidatos contemplados com isenção do pagamento da taxa
27 de abril a 1º de maio - Prazo para ingressar com recurso (caso não tenha sido contemplado com isenção)
7 de maio - Resultado final dos recursos
11 a 22 de maio - Inscrições
28 de maio - Último dia para pagar a taxa de inscrição
11 e 18 de outubro - Provas do Enem digital
1º e 8 de novembro - Provas do Enem tradicional
* Quem pode pedir isenção do pagamento da taxa de inscrição
- Está cursando a última série do ensino médio, em 2020, em escola da rede pública
- Cursou todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral na rede privada, além de ter renda, por pessoa, igual ou menor que um salário mínimo e meio
- Está em situação de vulnerabilidade socioeconômica por ser membro de família de baixa renda, devendo informar o Número de Identificação Social (NIS), único e válido, além de ter renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos
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