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Após desistir de comprar smartphones, Prefeitura do Recife disponibilizará aos alunos celulares doados

Programa de aulas remotas para rede municipal do Recife começará na próxima semana para alunos dos anos finais do ensino fundamental. Inicialmente os equipamentos seriam comprados pela gestão. Agora, vão ser doados por pessoas físicas

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 25/05/2020 às 13:26 | Atualizado em 25/05/2020 às 17:37
YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
Alunos da rede municipal do Recife estão sem aulas presenciais desde 18 de março, assim como os demais estudantes do Estado, por causa do novo coronavírus - FOTO: YACY RIBEIRO/JC IMAGEM

Depois de dois meses e meio sem aulas presenciais, suspensas no Estado desde 18 de março por causa da pandemia do novo coronavírus, alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental da rede municipal do Recife terão atividades remotas a partir da próxima semana, quando começa o mês de junho. A novidade é que smartphones, que inicialmente seriam comprados pela prefeitura, agora serão doados por pessoas físicas para os estudantes que não dispõem do equipamento. A gestão municipal garantirá pacote de dados para todos os discentes que tiverem estrutura tecnológica para acompanhar o programa, batizado de Escola do Futuro em Casa.

Serão contemplados 12.500 alunos dessa etapa da educação básica. Segundo o secretário de Educação do Recife, Bernardo d'Almeida, os estudantes terão aulas todos os dias, de segunda à sexta-feira, no mesmo turno que estão matriculados. Haverá atividades diárias de pelo menos duas disciplinas, com a carga horária definida de acordo com o horário dos professores daquelas matérias do dia. Cerca de 1.200 docentes passaram por formação para usarem a plataforma digital. Metade vai ministrar as aulas e a outra metade atuará dando suporte pedagógico ou emocional.

"Fizemos uma dispensa de licitação, toda dentro da legalidade, para comprar os smartphones. Mas o Tribunal de Contas pediu que revogássemos e realizássemos pregão eletrônico. Nesse pregão, o valor mais baixo de cada celular foi R$ 720, acima do que inicialmente havíamos cotado na dispensa de licitação, R$ 650. Como gestor público tenho responsabilidade com recurso público e providenciei a revogação do pregão", explica Bernardo d'Almeida. O secretário informa que também desistiu de contratar uma plataforma que usaria jogos para facilitar o aprendizado virtual dos alunos. A ideia inicial era ter lançado o programa de EAD no final de abril.

DOAÇÕES

"Muitas pessoas se sensibilizaram e vão doar smpartphones para os estudantes. Os diretores das escolas iniciaram uma pesquisa com os pais dos alunos para saber quem não tem o equipamento. Estimamos que são cerca de 2.500 nessa situação", diz Bernardo d'Almeida. "Não vamos receber doação em dinheiro. Apenas os celulares, que podem ser novos ou usados e que precisam estar em bom estado e com a especificação mínima exigida para suportar o nosso programa de EAD", ressalta o secretário municipal de Educação. A doação pode ser destinada nominalmente a algum aluno ou não.

A prioridade no repasse dos telefones doados será para as turmas de 9º anos. Em seguida, 8º anos, depois 7º anos e por último os 6º anos. Bernardo explica que caso o número não seja suficiente para atender todos os alunos de um mesma classe, por exemplo, será dada preferência aos estudantes mais velhos. A justificativa, diz, é por causa da distorção idade-série. Para o pacote de dados, a gestão municipal vai investir R$ 883 mil para seis meses. Mas se a pandemia durar menos que esse tempo, o valor pago será proporcional ao utilizado.

SEM PREJUÍZO

"Garantimos às famílias que nenhum estudante será prejudicado. No retorno das aulas presenciais, aqueles que não conseguiram acompanhar as atividades de EAD serão prioritamente atendidos durante a reposição, destaca Bernardo.

Para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental - 1º à 5ª série - o secretário comunica que está fechando uma proposta, prevista para começar na segunda quinzena de julho. Essa etapa tem cerca de 50 mil estudantes matriculados na rede municipal do Recife. "Nesses anos os alunos estão sendo alfabetizados e o EAD não é recomendado", observa Bernardo.

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