Os cerca de 2.500 alunos do 9º ano do ensino fundamental da rede municipal do Recife vão receber smartphones, com acesso a internet incluído, para estudar numa plataforma digital durante a pandemia do novo coronavírus. Os equipamentos e pacotes de dados custarão R$ 1,6 milhão à prefeitura. O aviso da compra, com dispensa de licitação, foi publicado no Diário Oficial do município desta quinta-feira (16). A previsão do secretário municipal de Educação, Bernardo d'Almeida, é entregar os aparelhos aos estudantes no final deste mês, quando também será lançado o site com videoaulas e outros materiais pedagógicos.
Neste sábado completa um mês que as redes públicas e privadas de ensino de Pernambuco estão com as aulas suspensas por causa da covid-19. Na capital pernambucana, a doença já infectou 978 pessoas, segundo último boletim da Secretaria Estadual de Saúde. Na justificativa para a dispensa da licitação, a Secretaria Municipal de Educação informa que os smartphones farão parte de um "projeto de ofertar aulas a distância por meio de jogos educacionais e a utilização de tecnologia de aprendizado durante o periodo de isolamento social."
Segundo Bernardo, os alunos do 9º ano receberão os celulares porque a maioria, 90% em média, participam de processos seletivos no final do ano. "A medida é para mitigar as diferenças de classes sociais. Para que não haja desigualdade, todos terão acesso aos smartphones e assim puderem estudar pela plataforma", justifica o secretário de Educação. Não está previsto comprar aparelhos para os demais alunos da rede municipal - no total são aproximadamente 94 mil estudantes matriculados.
As aulas virtuais serão ministradas por professores da própria rede. Conforme o secretário, os docentes já possuem notebooks, com modem 4G, comprados pela prefeitura. "Queremos que cada professor interaja com seus alunos", diz Bernardo. Os conteúdos do 9º ano estão prontos. A secretaria está produzindo o material referente aos 6º, 7º e 8º anos do ensino fundamental (cerca de 10 mil estudantes). Para os anos iniciais (1º ao 5º) a legislação não permite, conforme o secretário, a oferta de aulas remotas.
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