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Aluno de direito move ação popular para obrigar UFPE a oferecer ensino remoto

UFPE está sem aulas presenciais desde 18 de março por causa da pandemia da covid-19. Estudante pede oferta de aulas remotas

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 22/06/2020 às 16:33 | Atualizado em 23/06/2020 às 9:28
Foto: Felipe Ribeiro/ JC Imagem
Aluno do 8º período ingressou com ação popular - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro/ JC Imagem

A não oferta de aulas remotas para os cerca de 32 mil alunos de graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), durante a pandemia do novo coronavírus, motivou uma ação popular contra a instituição. O estudante Tomás Acioli, 22 anos, do 8º período do curso de direito, é o autor da ação que pede que a universidade seja obrigada a implementar ensino à distância. E que garanta condições de acesso para os alunos que forem "eventualmente excluídos da plena inserção digital".

O primeiro semestre letivo da UFPE teve apenas duas semanas de aulas, entre 2 e 13 de março. A partir de 18 de março, por determinação do governo estadual, todos os estabelecimentos de ensino, públicos e privados, da educação básica e do ensino superior, tiveram que suspender aulas presenciais como uma das medidas de contenção da covid-19. Até esta segunda-feira, Pernambuco tem 52.494 casos confirmados da doença e 4.252 mortes.

Além da UFPE, as outras três universidades públicas do Estado - UFRPE, UPE e Univasf - não adotaram ainda aulas remotas para as graduações. No País, segundo mapa disponibilizado pelo Ministério da Educação, somente nove das 69 universidades federais estão com aulas remotas nessa etapa do ensino superior. São 877 mil universitários sem aulas, de um total de 1,1 milhão de estudantes.

"Algumas universidades encontraram maneiras de não permanecerem inativas durante a pandemia. Depois de quase três meses sem aulas é que a UFPE lançou um questionário para saber como os alunos têm acesso à internet e a equipamentos. Demorou muito e mesmo assim com pouca divulgação. Até a semana passada, segundo o diretor da Faculdade de Direito do Recife, menos da metade dos 1.400 alunos tinha respondido", diz Tomás.

"Tenho consciência que é um pedido muito ousado e que o Ministério Público Federal deveria investigar esse problema. Mas a UFPE é uma universidade de excelência e deve encontrar formas de oferecer ensino remoto. Não é coerente, com o perfil da UFPE, que os alunos fiquem parados. E professsores e servidores continuem recebendo salários sem executar suas atividades laborais. Não dá para ficar na mais absoluta inércia", comenta Tomás.

Por meio de nota, a UFPE esclarece "que ainda não tomou conhecimento formalmente da decisão contida na ação popular e, assim que for notificada, irá se manifestar nos autos".  Segundo a instituição, 35% dos alunos da graduação pertencem a famílias de baixa renda. Semana passada, o reitor Alfredo Gomes informou que até agosto pretende adotar atividades remotas para os graduandos. Ele acredita que aulas 100% presenciais só serão possíveis em 2021.

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