Na próxima quinta-feira (dia 29), antevéspera de expirar o decreto que proíbe aulas presenciais para educação infantil e ensino fundamental em Pernambuco, donos de escolas privadas e pais de alunos farão um protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do poder Executivo estadual localizado no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. O movimento Aulas Já defende o retorno das atividades presenciais para todas as etapas da educação básica e não apenas para o ensino médio, que já foi liberado. Representantes dos dois grupos esperam ser recebidos pelo governador Paulo Câmara. O decreto que mantem as escolas fechadas para as demais séries vence sábado (dia 31).
O encontro está marcado para 9h, na Praça da República. "As famílias estão nos cobrando uma posição em relação à reabertura mas não temos como responder. É um movimento dos pais juntamente com os donos de escolas", informa o vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe) e proprietário do Colégio Dom, Arnaldo Mendonça. Ele estima que haverá uma boa participação dos pais. No início de setembro houve um protesto semelhante, no mesmo local e com o mesmo objetivo, já que naquele momento não havia nenhum cronograma de retorno do ensino presencial.
"Quase 100% das atividades econômicas foram retomadas no Estado. A gente acredita que educação, sendo prioridade, não poderia ser relegada ao último lugar nesse retorno. Dentro do processo de reabertura, merecia ao menos um cronograma com datas definidas", diz o defensor público Manoel Correia de Andrade, pai de duas crianças de 2 e 9 anos. Ele é um dos que estará presente no ato de quinta-feira. "Muitos pais voltaram ao trabalho. Além da função pedagógica, a escola é um importante apoio para as famílias", complementa.
Manoel ressalta que a defesa é das famílias terem o direito de optar pela volta ou não às aulas presenciais. "Há os pais que querem mandar os filhos para escola. E aqueles que não se opõem à reabertura desde que não sejam obrigados a levar os filhos. Para esses haverá o ensino remoto", comenta Manoel. "Está muito claro, com o retorno das turmas do ensino médio, que as escolas têm condições de cumprir o protocolo. Em que pese alguns casos de contaminação de covid-19, isso mostra a qualidade e a capacidade das escolas de responderem ao que determina o protocolo", complementa Manoel.
Por causa da pandemia, as escolas foram fechadas, em Pernambuco, em 18 de março, por determinação do governo estadual. O ensino médio foi autorizado a voltar para o ensino presencia, em unidades públicas e privadas, desde 6 de outubro, gradualmente. Devido a impasses judiciais, as datas efetivamente do retorno variaram na rede particular e na rede estadual.
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